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Cinema

História de assassino de aluguel brasileiro que matou quase 500 vira filme

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Com temas fortes e polêmicos, três livros de não-ficção escritos pelo jornalista pernambucano Klester Cavalcanti, 47, vão virar filme em breve. As filmagens de um deles, “O Nome da Morte” (2006), começaram há duas semanas, no Tocantins. O longa tem direção de Henrique Goldman (de “Jean Charles”) e elenco global, com Marco Pigossi, Fabíula Nascimento e André Mattos.

Divulgação

História de assassino de aluguel brasileiro que matou quase 500 vira filme
Capa do livro “O Nome da Morte”

O filme contará a história real de um assassino de aluguel que atende pelo nome de Julio Santana. Em 35 anos atuando como pistoleiro, ele matou quase 500 pessoas, porém convive com o medo de ir para o inferno por seus pecados. Julio foi preso apenas uma vez, mas solto após subornar ao delegado.

O galã Marco Pigossi interpretará o matador no cinema. “Queremos fugir do estereótipo”, disse o ator, por telefone, de Tocantins onde está para as gravações. “O Julio Santana foge de tudo o que já fiz. Queremos mostrar o lado humano do matador”. O livro foi lançado recentemente na Alemanha com o título “Der Pistoleiro”.

Fernando Meirelles, indicado em 2004 ao Oscar de melhor diretor por “Cidade de Deus”, é produtor executivo do filme e assina o prefácio do livro “A Dama da Liberdade” (também de autoria de Klester). O cineasta disse que a história do assassino de aluguel tem o mesmo conflito de Mr. White, de “Breaking Bad”. “É um bom sujeito que faz coisas más e não quer que elas afetem a sua vida”, analisou. “O livro conta a história do ponto de vista dos personagens e não pelo do jornalista que olha de fora”.

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Para o diretor Henrique Goldman, que está acostumado em retratar nas telonas histórias reais, como foi o caso da morte do brasileiro Jean Charles, no metrô de Londres, o desafio é falar de algo hediondo de maneira natural. “Vivemos em uma sociedade onde impera a impunidade. Em outro contexto, talvez nunca existisse um Julio Santana”, apontou.

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Os outros dois livros de Klester Cavalcanti “Dias de Inferno na Síria” (2012) e “A Dama da Liberdade” (2015) também já estão encaminhados para o cinema.

O primeiro, que narra a prisão de Klester na Síria – quando ele foi ao país fazer uma reportagem sobre a guerra e foi detido pelo Exército Sírio -, terá direção de Caco Ciocler e Mateus Solano interpretando o jornalista.

O segundo filme, “A Dama da Liberdade”, contará a história da auditora fiscal do trabalho Marinalva Dantas, que libertou 2354 trabalhadores escravos no Brasil em pleno século 21. Os direitos do livro foram vendidos para a Paris Filmes. Os nomes do diretor e do elenco ainda não foram divulgados.

Narrativa cinematográfica

O ator Caco Ciocler, que vai dirigir “Dias de Inferno na Síria”, afirma que o livro é quase um roteiro. “O fato de 80% da história se passar dentro de uma pequena cela exige um roteiro e uma decupagem muito específicas”, analisou. “É assustador que Klester tenha vivido essa história em 2012 e ainda hoje o conflito na Síria seja notícia quase diária”, completou. “Para mim, o mais bonito do livro é que ele promete uma aventura épica, mas entrega uma história íntima num cenário devastado pela guerra”.

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Cena dos bastidores das filmagens de “O Nome da Morte” no Tocantins

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O diretor Bruno Barreto, indicado em 1997 ao Oscar de melhor filme estrangeiro por “O Que é Isso, Companheiro?”, percebeu essa característica cinematográfica nas obras do jornalista e o convidou recentemente para ser o roteirista de um documentário sobre trabalho escravo na TV.

“Klester não tem medo da emoção. Por isso, ele não precisa da rede de segurança da narrativa minimalista”, disse o diretor. “Quando os personagens são reais, é fundamental respeitar a essência deles. Se isso não é possível, a primeira coisa a fazer é mudar o nome. As vezes a realidade não é verossímil”, analisou.

Embora os filmes ganhem vida própria quando são adaptados dos livros, uma característica das obras de Klester deverá se manter: o nome real dos personagens. “Faço questão de dar nome e sobrenome de todas as pessoas citadas nos meus livros. Se você escreve um livro e não identifica o personagem, então é ficção”, analisou.

“O Julio era contratado para matar e os mandantes têm tanta culpa quanto ele. No livro, eu dou o nome e o sobrenome dessas pessoas, como no caso do ex-prefeito de uma cidade, que foi o mandante de uma dessas mortes”, explicou o autor.

“Nunca escrevi livro de ficção, mas gosto muito. O que eu faço é muito próximo da ficção, tanto é que meus autores favoritos também foram jornalistas, como Dostoiévski, Saramago e Garcia Márquez”, concluiu o jornalista.

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