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Cinema

Gregório Duvivier: Filme desconstrói “paulista chato” e “carioca legal”

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Gregório Duvivier e Clarice Falcão voltam a formar um casal, mas antes que ocorra um novo racha no Brasil com a notícia, é bom avisar: é só nas telas. Os dois vivem um romance na pele de Eduardo e Bárbara em “Desculpe o Transtorno”, que estreia nesta quinta-feira (15).

Mesmo dois anos depois do fim da relação, muitos continuam interessados em ver Clarice e Gregório juntos, já que um texto em que ele relembrava o namoro com a atriz e cantora, publicado segunda-feira (12) pela “Folha”, causou polêmica e teve 120 mil compartilhamentos.

Na conversa com o UOL para promover o filme, Clarice e Gregório falaram sobre relacionamentos, maturidade e como é o coxinha que vive dentro deles, já que são considerados petralhas pela mídia e por haters. “Eu tenho, sim, um coxinha dentro de mim que não gosta de música alta e de calor. Eu também prego uma liberdade nas relações, mas é muito difícil ver quem você ama se relacionando com outras pessoas”, diz Gregório.

Reprodução

Gregório Duvivier: Filme desconstrói "paulista chato" e "carioca legal"
Gregório Duvivier e Clarice Falcão vivem casal em “Desculpe o Transtorno”

Duvivier, que costuma chamar a atenção por suas opiniões políticas, disse que à sua maneira, o filme fala dessa divisão do país. “Fala dessa divisão que também há dentro da gente. Sobre o coxinha e o petralha que há dentro de nós. E o país só vai avançar democraticamente quando os dois lados souberem dialogar”, disse o ator.

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O personagem de Gregório sofre de transtorno dissociativo de personalidade, mais conhecido como dupla personalidade. Um é Eduardo, o típico coxinha paulista, o outro é Duca, o carioca descolado. Os dois também estão divididos entre duas mulheres: a paulista controladora vivida por Dani Calabresa e a carioca divertida (Clarice Falcão).

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Paulistas chatos e cariocas legais?

Em princípio, o filme parece assumir o partido dos cariocas. O trailer do filme evidencia isso, o que irritou muitos espectadores, mas a intenção, segundo Gregorio e Clarice, era desconstruir os personagens. “Em princípio, você acha que o paulista é chato e o carioca, legal, mas você começa a ver que o personagem carioca é um babaca, inconsequente, egoísta. Já minha personagem parece superlegal, independente. Na real, ela é cheia de problemas e fica se escondendo no problema dos outros para não pensar na própria vida”, disse Clarice.

Duvivier também defende que o filme aponta para a importância de assumir escolhas apesar da confusão do personagem ser o foco. “O filme aponta para a importância de se resolver e assumir uma decisão. Para mim, a maturidade não vem de você assumir a confusão, mas de ter responsabilidade sobre o que você faz. Para mim, não dá para usar como desculpa a bebida, a TPM, o signo. Eu sou áries com áries, por exemplo. Não é porque você mudou hoje que você não tem que se responsabilizar pelo que fez ontem. Bancar as consequências das escolhas é muito importante”, disse o ator.

Na perigosa brincadeira de colocar pessoas nos papéis de chatas ou legais, o filme passa a impressão de desculpar o personagem de Gregório pelas traições a Vivi (Dani Calabresa). Gregório discorda: “Naquele caso, é um casamento tão sem diálogo que dá a impressão de tanto faz, sabe? Tem gente que é meio surda e cega e está bem assim. Mais do que ela ser chata, ela também não está nem aí para ele”. Clarice também acha que o problema está mais na relação deles do que na personalidade dela: “Ela também vai levando porque parece muito certinho esse relacionamento, mas ela não está mais apaixonada”.

Posição política e arte

Duvivier ainda comentou a possibilidade de boicote ao filme por conta de sua posição política. “Eu acho uma pena que as pessoas não consigam superar isso e ver que uma pessoa pode fazer um filme bom e pensar diferente de você. Eu aprendo muito isso no Porta dos Fundos porque discordamos muito politicamente, mas há muita admiração artística. Isso falta um pouco no Brasil. O outro não é inimigo porque ele pensa diferente”.

Clarice também chamou a atenção para falar sobre Lei de incentivo à cultura, que costuma ser motivo de mais ódio aos que captam dinheiro para produções. “Como se isso não envolvesse também o trabalho de milhares de pessoas, do cara da técnica ao projecionista do filme. É uma pena que as pessoas pensem assim”.

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