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Atores portugueses de ‘Novo Mundo’ aprovam ponto de vista brasileiro

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O elenco da novela “Novo Mundo”, ambientada no Brasil colonial, conta com dois atores e três atrizes vindos de Portugal. Ricardo Pereira, o mais conhecido do grupo, já esteve em outras oito tramas na Globo e agora interpreta o botânico Ferdinando. Maria João Bastos vive sua mulher, Letícia, Joana Solnado é Dulcina, uma das amantes de dom Pedro, Paulo Rocha é General Avilez, oficial a serviço da corte, e Giullia Buscacio é Jacira, uma índia guerreira.

O time tem aproveitado o pano de fundo histórico da trama para desvendar o passado de seu próprio país – mesmo que seja sob o ponto de vista do Brasil. “A gente aprende na escola, em Portugal, a versão de lá da história. E há um corte na narrativa quando a corte portuguesa vem para o Brasil. A gente se perguntava o que aconteceu. Sabíamos de Napoleão, da exploração do ouro e dos escravos, mas não sabíamos como era a vida aqui. Essa novela, e ‘Liberdade, Liberdade’ [na qual ele atuou em 2016, sobre a inconfidência mineira] me permitem emburacar e descobrir a essência da história. Aqui eu descobri muito mais o meu país”, conta Ricardo Pereira.

Joana Solnado se naturalizou brasileira no ano passado. “Minha mãe é brasileira e meu pai, português. Então sempre ouvi as duas histórias e acho importante contá-las.” “A versão brasileira me dá uma perspectiva diferente da história toda”, afirma Maria João Bastos.

Todos são favoráveis à inclusão de humor na representação desse momento histórico e de seus personagens, seja ele o quão ácido for. “Um dos historiadores que conversou com a gente na preparação da novela disse que o uso de deboche é uma forma de defesa, porque a realeza era uma coisa muito longínqua”, diz Ricardo. “Ele apontou também que, vinda para um país tropical, os hábitos reais se mostraram pouco atrativos porque perderam os requintes por conta do calor, tudo era diferente. Eram uma nobreza adaptada às circunstâncias.”

O deboche, Ricardo garante, não é um problema para os portugueses. “Estou aqui faz treze anos e tenho esse espírito brasileiro de perder o amigo mas não perder a piada”, brinca. “Essa forma leve de parodiar as coisas, não se levar tanto a sério.” “A vinda da família real ao Brasil ilustra a formação de uma nação que aprendeu a lidar com diferente temas de maneira descontraída”, afirma Paulo Rocha.

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“Novo Mundo” gira em torno da chegada da princesa austríaca Maria Leopoldina e de seu casamento com dom Pedro I, que já vivia no país. “A representação bem-humorada é uma maneira descontraída de retratar uma época tida como sombria e truculenta”, aponta o ator. Maria João concorda. “Na ficção, junto com o humor vem a caricatura, mas é tudo baseado em fatos reais; dom João de fato comia frango absurdamente”, revela.

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“Os portugueses jamais levariam a mal uma interpretação caricata, pelo contrário, eles dão risada. Temos uma grande capacidade de rir de nós mesmos. Nada nos envergonha na nossa história. E o que temos é um material bacana para brincar.” Para Joana, a dosagem certa de humor é indispensável para que os fatos sejam bem contados. “Eu conheço duas correntes de pensamento: uma diz que dom João fugiu de Napoleão. A outra dizia que ele foi o único que conseguiu vencê-lo. A história tem diferentes versões, e quando o retrato é caricaturado demais, tira um pouco da veracidade das coisas. Dom João comia muito frango, mas fez também o Theatro Municipal do Rio e o Jardim Botânico. A história merece um pouco mais de profundidade, e essa novela faz isso.”

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