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Reformado, Cine Odeon é reaberto e voltará a ser palco do Festival do Rio

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Um dos principais espaços da cinematografia nacional, o tradicional Cine Odeon, localizado no centro do Rio de Janeiro, foi reaberto na noite dessa quarta-feira (20) com a pré-estreia de “O Vendedor de Passados”, do diretor Lula Buarque.

Fundado em 1926 na mítica Cinelândia, o espaço esteve fechado para reformas por quase um ano e volta à cena como o Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro. Além das tradicionais sessões de cinema –quase sempre destinadas às produções nacionais–, o Odeon abrirá espaço para projeções de outros produtos audiovisuais, como balés, séries de TV e jogos de futebol, além de receber apresentações teatrais e musicais e exposições.

E, se os cinéfilos cariocas choraram o fechamento temporário do espaço e chegaram a temer sua extinção, agora eles terão todos os motivos para comemorar. Uma intensa programação já está agendada para o Odeon, incluindo os tradicionais Festival do Rio e Anima Mundi. “Nossa intenção é fazer do Odeon um centro de irradiação de cultura com bastante dinamismo, que agregue valor ao cinema de rua e que permita várias experiências”, afirmou o presidente do Grupo Kinoplex, Luiz Severiano Ribeiro.

Programação variada

O ineditismo da proposta, conjugando várias plataformas de expressão visual, seduziu Sérgio Sá Leitão, ex-secretário municipal de Cultura e ex-presidente da RioFilme, que assume como diretor de programação. “É um presente para a cidade nos seus 450 anos. E temos um desafio: mostrar que um equipamento cultural reformado em todo o seu charme e esplendor pode ser sustentável. Isso acontece em outros países e estou otimista que faremos um caso que será referência para outras instituições”, afirmou.

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Segundo Leitão, o novo Odeon já tem quatro meses de programação fechada e, além do Festival do Rio e do Anima Mundi, reservará mais novidades para o público: “Além de sessões regulares de filmes nacionais, nos próximos dias teremos o 8º Encontro de Cinema Afro, o Festival Varilux e, em breve, uma mostra sobre Francis Ford Coppola”.

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Nostalgia

Após uma reforma completa, que contemplou a restauração da fachada e do interior de acordo com o projeto arquitetônico original e da revisão dos sistemas hidráulico, elétrico e de refrigeração, o Odeon traz todo o charme dos tempos em que a Cinelândia fazia jus ao nome e congregava dezenas de salas de cinema. Em tempos de desaparecimento de cinemas de rua, o espaço trará um gosto de nostalgia ao ato de assistir um filme com a presença de tipos icônicos, como o lanterninha e o porteiro, mas em um local dotado de moderníssimos sistemas de projeção digital e som.

A sessão de abertura, destinada para convidados, foi prestigiada por grandes nomes do cinema e da cultura nacional, como os cineastas Cacá Diegues e Luiz Carlos Barreto e a cantora Marisa Monte. Em meio a tantos sorrisos, o diretor Lula Buarque festejava a reinauguração do Odeon com sua obra. “Este é um cinema que frequentei a vida inteira. Ele traz uma experiência que é quase do passado, já que atualmente é muito difícil encontrar uma sala que reúna tantas pessoas. Esse é um templo do cinema brasileiro”.

O diretor também destacou a importância de uma sala voltada para as produções nacionais: “O Odeon revitalizado é fundamental para trazer força aos novos projetos e ser palco de reprises de obras fundamentais”.

Antes da projeção, em meio aos agradecimentos de praxe, dois momentos se destacaram. O ator Lázaro Ramos, protagonista de “O Vendedor de Passados”, fez uma emocionante homenagem à atriz Ruth de Souza, integrante do elenco. Debilitada em uma cadeira de rodas, Ruth recebeu flores e aplausos de pé de toda a plateia. Um pouco antes, o reitor da PUC-RJ, o padre Josafá Carlos de Siqueira, borrifou água benta no palco e na tela, pedindo que o Odeon nunca tenha o mesmo fim de outros cinemas de rua.

Inspiração no cinema argentino

“O Vendedor de Passados”, que estreia em 220 salas em todo o Brasil nesta quinta, promete trazer uma influência argentina ao cinema nacional. “Procurei fazer filme com um enfoque mais próximo do que é feito na Argentina. Atualmente, obras como ‘Um Conto Chinês’ atraem 2 milhões de espectadores e fazem as pessoas pensarem. E foi esse meu objetivo: um filme que divirta e faça as pessoas debaterem em mesa de bar”, explicou Lula Buarque.

Bem recebido pelo público do Odeon e já exibido no Festival do Recife, o filme traz uma reflexão sobre memória e identidade, flertando com o suspense, o romance e a comédia. “O Vendedor de Passados” conta a história de Vicente (Lázaro Ramos), que tem um ofício pouco usual: ele cria um novo passado para os seus clientes. Sua vida muda a partir do momento em que é procurado por Clara (Alinne Moraes), que pede a ele que crie uma vida pregressa em que ela tenha cometido um crime. “É um filme que foi delicioso de fazer e, que, com certeza, será algo totalmente diferente para o espectador brasileiro”, aposta Lázaro.

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