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Promessa de polêmica, “Love” só faz rir com cena de ejaculação em 3D

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love

Um filme praticamente pornô, em 3D, com uma cena de ejaculação “frontal” (ou seja, na direção do público), que fez rir a plateia. Assim é “Love”, do franco-argentino Gaspar Noé (“Irreversível”), que prometia polêmica e lotou ontem a sala Lumière, a maior de Cannes, na sessão da meia-noite.

“Love” é o que se pode chamar de pornô com história, com muitas cenas de sexo gratuitas de todo tipo. O filme já abre com um casal nu na cama, se masturbando. Electra masturba Murphy até ele ejacular pela primeira vez. Na segunda cena, o pênis está ali, em close, cara a cara com espectador, para que o efeito do 3D seja mais eficiente.

Em outro momento, Noé repete um plano que já tinha feito em seu filme anterior, “Enter the Void”: vemos uma penetração como se a câmera estivesse dentro da vagina. Numa terceira cena, o casal vai para a cama com um travesti, e Murphy tem uma crise de pânico com o pênis da convidada antes de finalmente topar.

Na apresentação, o diretor do festival, Thierry Frémaux, cometeu uma gafe em um ano de movimentação pró-mulheres do cinema. Ao apresentar no palco as duas atrizes do filme, Aomi Muyock e Klara Kristin, disse: “Vocês ainda não conhecem elas, mas dentro de duas horas vão conhecê-las até bem demais”. Por que não fez a mesma piadinha com o ator, Karl Glusman, que aparece nu até mais tempo do que elas?

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Melhor seria dizer que “Love” é um pornô quase sem história mesmo. Murphy é um jovem americano, estudante de cinema, que vive em Paris. No início do filme, ele está casado com Omi e recebe um telefonema dizendo que a ex, Electra, está desaparecida há dois meses. O filme volta então ao passado para descobrir como os dois se conheceram, e como o casal acabou se separando por conta do ciúme doentio dele.

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Numa típica cena de filme pornô, o casal decide procurar uma segunda mulher para um ménage. Na cena seguinte, eles estão pegando as cartas na caixa do correio quando conhecem a vizinha, linda e loira. Ela mora não só no mesmo prédio, mas na janela ao lado (!!!). Os dois estão na janela tomando um ar, ela aparece e eles a convidam para entrar. Na cena seguinte, já estão na cama partindo para o ménage. Simples assim.

O ego de Noé é tão grande que ele dá um jeito de se citar duas vezes no filme: o filho de Murphy se chama Gaspar, e o primeiro namorado de Electra se chama Noé. O diretor se perde nas cenas de sexo gratuito e não consegue o mesmo efeito que conseguiu em “Enter the Void” e em seu filme mais conhecido, “Irreversível” –pelo menos temos de agradecer que, desta vez, não há uma cena de estupro de oito minutos sem cortes.

O pior é que um filme como esse, que chega a Cannes envolvido em “polêmica”, não choca mais ninguém em 2015. A plateia –que incluía o ator Benicio del Toro e o diretor argentino Fernando Solanas e tinha muitos estudantes da região, de 18 a 21 anos, quem sabe até menos–, riu em algumas cenas, ficou até o final e aplaudiu bastante, como sempre acontece nas sessões de gala em que o diretor está presente. Pouquíssimos saíram ao longo da exibição –e quem saiu estava mais preocupado com o horário da sessão, que atrasou e foi terminar quase as 3h, atrapalhando a programação do dia seguinte.

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