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“Santo Forte” estreia no AXN misturando suspense e religião

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Misturando suspense, religiosidade e cenários do subúrbio do Rio de Janeiro, “Santo Forte” estreia neste domingo (30) carregando a marca de um thriller com forte identidade brasileira. O protagonista da série, a primeira produção nacional do AXN, é o taxista João da Cruz Forte, que possui dois poderes: o de ver o que as pessoas que embarcam em seu táxi estão passando, e o de ter o “corpo fechado”, o que significa que ele não pode morrer.

Interpretado por Vinícius de Oliveira, o menino de “Central do Brasil”, o taxista se envolve com os problemas dos passageiros, contando para isso com a ajuda do pai de santo Celso (Thiago Justino), que também é dono de um bar. Paralelamente, ele tem de lidar com o fato de estar ausente da vida da mulher, Dalva (Laila Garin), e dos filhos, e com o interesse do jornalista Fábio (Guilherme Dellorto), que passa a investigá-lo.

O episódio de estreia, instigante, mostra todas as facetas da vida de João da Cruz – incluindo seu antagonista, o agiota Barracuda (Cassiano Carneiro). Mas não há intenção de criar um embate de mocinho e bandido na trama. “Interessava para nós fazer um universo que não fosse maniqueísta, que não fosse preto e branco, esse é mau esse é bom”, afirmou o diretor-geral Roberto D’Avila. “O próprio João: [o poder] é uma maldição ou é uma bênção? É uma carga que ele esta carregando que atrapalha ele com a família e tem suas consequências”.

Ao longo dos episódios, a trama irá se aprofundar nos personagens, de acordo com o diretor. “Há uma mitologia bem desenvolvida por trás desse personagem. A família tem um peso muito grande, vai crescer com o tempo, tem um cara investigando para revelar outras faces dele. E, fundamentalmente, você vai entender porque esses dois caras estão conectados, o pai de santo e o João. Isso remete há dez antes, e tem um acontecimento grave e fundamental que os une e os coloca nessa situação”.

Taxistas como inspiração

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A série foi criada pelo norte-americano Marc Bechar, que mora no Brasil desde o fim dos anos 1990 e começou a desenvolvê-la em 2003. Na história, ele uniu os taxistas e o misticismo – dois elementos que, para ele, ficaram associados ao País. “Demorei para ter coragem de dirigir em São Paulo e andei muito de táxi, então virou uma parte da minha vida, virei amigo de alguns. O taxista é uma espécie de terapeuta. A referência maior de taxista que eu tive era do Brasil”.

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Foi nos taxistas, aliás, que Vinícius de Oliveira buscou parte da inspiração para compor João. “Fui ao Matosão, posto onde todos os taxistas do Rio vão. Fui lá, almocei e bati um papo com os taxistas”, disse ele, que foi escolhido para a produção depois do prazo original determinado pela equipe. O ator ainda contou que pratica o candomblé, mas que a série não se atém a nenhuma religião em particular: “Eu sou do candomblé, mas a série é uma mistura dessas dessa religiões, candomblé, umbanda e espiritismo. A gente não tem nada fixo, até para termos nossa liberdade”.

Para Vinicius, o desafio da série foi criar um protagonista com que as pessoas se identificassem. “Eu sempre pego o que já está escrito e, a partir disso, com abertura, eu vou buscando coisas, sentimentos, elementos para trazer para os personagens. Sempre tentei buscar uma coisa não muito presa a uma única linha, acho que o João da Cruz Forte tem que representar cada um de nós. Queria que o espectador se visse nesse personagem. Tudo o que é possível de acontecer, provavelmente vai acontecer com o João”.

A vida familiar de João também deve ser bem representada na série – principalmente por Dalva. Segundo Laila Garin, a mulher sabe dos poderes de João. “Ela não se envolve, mas ela sabe. Eles pouco falam sobre isso, mas ela sabe tudo o que acontece. Acho bonito isso. Essa cumplicidade silenciosa da mulher, que apoia o homem silenciosamente. Por trás, ela esta ali firme com ele. Parece que ela está contra ele, porque vive cobrando ele por ele não estar em casa, não estar presente na educação dos filhos, mas no fundo ela está apoiando ele”.

Para compor a suburbana Dalva, Laila buscou inspiração no próprio subúrbio do Rio de Janeiro. “Trabalhei muito com minha maquiadora de ‘Elis’ [musical protagonizado pela atriz], que me dava vários toques de expressões. Peguei o trem para o subúrbio do Rio, fui dar uma caminhada. E o figurino dela me inspirou muito, porque ela é bem diferente de mim. Veio também de fora para dentro”.

Apesar de não estar confirmado se haverá uma segunda temporada da série, tanto D’Avila quanto Bechar afirmaram que há muito material para dar continuidade à trama. “Já que João não pode morrer, a gente tem espaço para trabalhar”, brincou Bechar. “O que sempre me interessou é a luta mesmo, a luta pela sobrevivência. No caso de um personagem que não pode morrer, talvez a luta pela morte. Acho que o espectador vai poder se amparar em historias do táxi, de rotina mas principalmente nas de João da Cruz Forte e de como ele lida essa bagagem que todos temos, de nosso poderes e nossas impotências”.

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