Rio de Janeiro, 15 fev (EFE).- As escolas de samba do Rio de Janeiro, cada uma com cerca de 4 mil integrantes, entre músicos e passistas vestidos com diferentes fantasias, assumem neste domingo o protagonismo do carnaval no país, uma nova exibição do que é considerado como o maior espetáculo ao ar livre do mundo.
Se os blocos garantem a animação de boa parte dos foliões, já que atraem milhões de pessoas para as ruas, são as tradicionais escolas de samba que tornam o espetáculo em uma das festas mais famosas do mundo.
O sambódromo do Rio de Janeiro, construído pelo arquiteto Oscar Niemeyer para dar um esplendor ainda maior aos desfiles, já foi palco de duas noites de apresentações das 16 escolas da Série A, uma espécie de segunda divisão do carnaval e que dá vaga para as melhores colocadas na elite.
Os desfiles das 12 escolas do Grupo Especial, a primeira divisão, são realizados tradicionalmente nas noites do domingo e da segunda-feira de carnaval, concentram a atenção de todo o Brasil e de milhões de espectadores do mundo inteiro, que assistem à festa pela televisão.
Cada uma dessas escolas, algumas delas com até 5 mil integrantes e grandes baterias que podem até ser escutadas a várias ruas de distância da Marquês de Sapucaí, tem um entre 65 e 82 minutos para desfilar pela avenida, mostrando o enredo e o samba composto especialmente para o ano.
Várias escolas da Série A aproveitaram as apresentações de 2015 para homenagear grandes representantes da cultura brasileira, como o ator Grade Otelo, o sambista Nelson Sargento e o escritor Ariano Suassuna.
Outras duas escolas, a Alegria da Zona Sul e a Estácio de Sá, preferiram escolher como enredo os 450 anos do Rio de Janeiro, que serão completados no próximo dia 1 de março.
Se os desfiles das escolas da Série A garantiram a diversão das 72,5 mil pessoas que esgotaram os ingressos da Sapucaí com suas músicas contagiantes, fantasias chamativas e muito samba, as do Grupo Especial prometem deixar claro porque são consideradas como uma ópera moderna.
A Viradouro, a primeira a desfilar neste domingo e que contará com a ilustre presença dos tenistas espanhóis Rafael Nadal e David Ferrer como integrantes, promete mostrar toda a influência dos negros na cultura brasileira.
Para isso, o carnavalesco João Vítor Araújo usará seis gigantescos carros alegóricos, o primeiro deles composto de mais de 70 esculturas.
“Exibiremos um gigantesco baobá (árvore da sabedoria para os africanos) que só falta dançar e cantar”, afirmou Araújo sobre as alegorias e os efeitos especiais que serão usados para levar a Viradouro ao título de campeã do carnaval do Rio neste ano.
Em seguida desfilarão a Mangueira, uma das escolas de samba mais populares do país, com um enredo em homenagem à mulher brasileira, e a Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo samba trata sobre a música na qual o compositor Paulinho Moska expõe as loucuras que as pessoas fariam se soubessem que o mundo acabaria no dia seguinte.
As outras três escolas da primeira noite de desfiles do Grupo Especial são a Vila Isabel, com uma homenagem ao diretor de música clássica Isaac Karabtchvsky; o Salgueiro, que destacará a culinária de Minas Gerais; e a Grande Rio, com um desfile sobre as cartas do baralho. EFE