Cena do documentário “Amazing Grace”, cuja exibição foi proibida nos EUA e Canadá
O documentário “Amazing Grace”, do diretor Sidney Pollack, que traz o registro de um dos históricos shows de Aretha Franklin na igreja batista New Missionary, não será exibido para o público nem para executivos do cinema por pelo menos 30 dias.
Segundo o site da revista “The Hollywood Reporter”, após ser acionado judicialmen, o produtor Allan Elliott concordou em suspender todas as exibições depois que a cantora o processou por mostrar o filme para distribuidores no Festival de Cinema de Toronto.
O acordo foi selado em uma corte de Denver nesta terça (15), após os advogados de Aretha apresentarem uma nova queixa neste domingo (13). É o primeiro passo dos esforços para o resolução do litígio.
No dia 4 de dezembro, horas antes de ser exibido no festival de Telluride, o juiz John Kane atendeu, em caráter liminar, aos pedidos de Aretha de suspender “Amazing Grace”.
A cantora argumenta que Elliott tinha a obrigação contratual de obter sua permissão antes de qualquer exibição, o que nunca ocorreu. Por causa disso, o filme deixou de ser exibido nos festivais de Telluride, Toronto e Chicago.
Durante anos, Aretha Franklin se opôs à exibição das imagens do show, registrado em Los Angeles em 1972, pois o diretor cometeu um erro técnico nas filmagens. Segundo o “The Hollywood Reporter”, Pollack esqueceu de levar a claquete ao show, o que prejudicou na edição a sincronia entre o som e as imagens.
As músicas do show foram lançadas ainda na época, no álbum “Amazing Grace”. O disco é o mais vendido da carreira de Aretha e de toda a história da música gospel americana, recebendo certificado de platina dupla nos Estados Unidos –equivalente a dois milhões de cópias.
Os direitos originais sobre as imagens pertenciam a Pollack, que morreu em 1998. Em 2008, os estúdios Warner Bros as concederam ao produtor Alan Elliot por meio de um documento de cessão autoral, que especifica que a exibição é condicionada ao consentimento de Aretha Franklin.