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Cinema

Moana e os segredos do renascimento dos estúdios Disney

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Produtora do longa, que sai em home video dia 19 de abril, fala sobre boa fase do estúdio e exalta trabalho de John Lasseter

No início do século passado, filmes como Branca de Neve, Pinóquio, Fantasia, Dumbo e Bambi revolucionaram a animação e seu legado influencia novos cineastas até hoje. Na década de 90, a Disney viveu sua nova era de ouro com produções como A Bela e a Fera, Aladdin, Pocahontas e Rei Leão. Já no começo dos anos 2000, mesmo estabelecida como um dos maiores estúdios de animação do mundo, a Casa do Mickey passou por uma de suas maiores crises na história e apenas os longas em parceria com a Pixar convenciam o público. Atualmente, porém, uma nova era de renascimento está no ar e quem garante é a produtora Osnat Shurer, uma das mentes por trás de Moana: Um Mar de Aventuras.

Desde 2012, com a estreia de Detona Ralph, a Disney tem lançado novos clássicos um atrás do outro. Neste meio tempo estrearam Frozen: Uma Aventura Congelante, Operação Big Hero, Zootopia e, por fim, Moana, produção que será lançada em DVD e Blu-Ray neste dia 19 de abril. Na visão da executiva, esse sucesso não é por acaso e gira em torno de um nome: John Lasseter, atual diretor criativo do estúdio.

“Ele é um gênio na construção de narrativas, sabe apontar o que precisa ser mudado para melhorar uma história. É um ótimo mentor, além de ser um ser humano generoso e amoroso, ótimo de conviver. Ele cria um ambiente de generosidade dentro do nosso estúdio”, explica a produtora.

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Lasseter assumiu o comando do estúdio no início de 2006, quando a Pixar foi comprada pela Disney. Desde então, Shurer explica que o ambiente tem sido de colaboração e cita o próprio filme como exemplo. “Em Moana tivemos a participação de Chris Williams e Don Hall, dois diretores vencedores do Oscar por Operação Big Hero. Depois de divulgarem seu filme eles simplesmente vieram nos ajudar e se tornaram nossos co-diretores por pura generosidade, pois é complicado fazer uma produção como essa”, afirma.

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Pouco antes da transação que mudou os rumos da empresa, a Disney chegou a demitir consagrados artistas de animação clássica para aumentar suas produções em 3D, algo que Lasseter classificou como absurdo já em 2009. “Infelizmente o 2D tornou-se uma desculpa para narrativas ruins. O consenso geral era que o público não queria assistir desenhos feitos à mão, o que é obviamente ridículo. No dia em que voltei, eu entrei em contato com essas pessoas e tratei de trazer esses artistas de volta”, disse durante uma exibição de Bolt na época.

Com isso, diversos autores voltaram ao estúdio, entre eles John Musker e Ron Clements – nomes por trás de A Pequena Sereia, Aladdin e Hércules. Imediatamente eles dirigiram A Princesa e o Sapo e, agora, desenvolveram Moana. “Foi incrível trabalhar com eles, que são dois anciões da nossa mídia. Eles fizeram tantos clássicos que tantas pessoas cresceram assistindo. A narrativa, a edição, o ritmo e a forma de contar uma história com apoio da música vêm de Ron e John, pois tudo o que sabemos vêm deles”, garante Shurer.

Moana foi a primeira experiência da dupla com animação 3D e a produtora, que trabalhou em diferentes curtas da Pixar, afirmou que foi necessário ensinar algumas coisas aos dois. “Eles olhavam uma cena e falavam ‘temos um problema com a árvore’ e tínhamos de explicar que não precisavam se preocupar com isso no momento”, afirma. Porém, a inexperiência deles colaborou para que o filme expandisse os limites da animação 3D. “Ron e Jon não sabiam o quão difícil era fazer algumas coisas, o que deu aos artistas tecnológicos uma série de desafios em termos da movimentação da água e em relação ao formato daquele cabelo maravilhoso. Além disso, eles desenvolveram uma história onde a maior parte do filme é na água, o que é insano em animação de computador e os artistas conseguiram chegar no que eles estavam vendo”, continuou a produtora.

Um dos grandes méritos da dupla sempre foi trabalhar para que a música ajudasse a contar a história e, para colaborar com o crescimento da obra, a produção contratou Lin-Manuel Miranda, ator e compositor da Broadway que trabalhou em musicais como Hamilton. O artista escreveu a maioria das canções do longa e Shurer elogiou sua capacidade criativa, especialmente em “Saber Quem Sou”, que foi indicada ao Oscar. “A música onde Moana canta sobre os seus conflitos – onde ela fala do amor pelo seu povo, pelo seu mundo, pela família, sobre querer ser quem eles querem que seja e, mesmo assim, ainda ir para o oceano – é muito difícil de se escrever pois não criamos uma personagem que odeia o seu mundo e está indo embora, ou que está se rebelando contra algo em sua vila, mas uma personagem que ama os dois e há um conflito onde ela precisa escolher”, explica.

O fato dela abandonar sua casa confirma os esforços do estúdio de criar princesas Disney mais fortes e independentes. Segundo a executiva, a ideia era que ela fosse uma garota que representasse os tempos modernos e com dilemas atuais.

“Sua jornada externa é para salvar o mundo, porém sua jornada interna tem mais a ver com entender e escutar sua voz interior. Sempre temos pessoas que dão opinião no que deveríamos ser, não importa a idade. Ela entende que sua voz interior lhe diz algo diferente e, contra todas as chances, ela salva seu mundo. Temos uma heroína forte em uma clássica história de herói”, completa.

Moana é mais uma prova da transformação promovida por John Lasseter dentro da Disney, que agora conta com animações cativantes e que conseguem conversar com seu público. Desde 2012, os cinco filmes lançados pelo estúdio foram indicados ao Oscar de Melhor Animação, conquistaram três estatuetas com Operação Big Hero, Frozen e Zootopia e somam mais de US$ 3 bilhões em bilheteria. Agora, o futuro parece mais brilhante do que nunca.

Moana: Um Mar de Aventura sai em DVD e Blu-Ray no dia 19 de abril.

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