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Música

Relembre dez álbuns clássicos do rock brasileiro que celebram 30 anos em 2016

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Há 30 anos o rock brasileiro viveu um de seus maiores períodos. É difícil lembrar outro momento em que foram lançados tantos discos que não só venderam muito, como acabaram por se tornar clássicos. Abaixo lembramos de dez desses álbuns, mas a lista poderia certamente ser ampliada com os discos que Lobão, Capital Inicial, Biquíni Cavadão e tantos outros lançaram naqueles 12 meses. Para completar ilustramos cada um desses trabalhos com um clipe da época.


TitãsCabeça Dinossauro

Titãs
Cabeça Dinossauro

Com o passar do tempo, fica claro que esse é não só o grande disco do então octeto como um dos melhores álbuns do nosso rock – ainda que os dois trabalhos posteriores, “Jesus Não tem Dentes…” de 1987 e “Õ Blesq Blom” de 1989, também sejam fundamentais.

“Cabeça…” foi lançado numa época problemática. Dois integrantes tiveram problemas com a polícia por porte de drogas e a banda sentia que precisava achar a sua identidade sonora e aumentar seu público para conseguirem manter-se na ativa.

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“Cabeça…”, o terceiro trabalho do grupo, mostrou que os Titãs eram sim uma banda de rock e das boas. Ainda hoje chama a atenção o ecletismo deles ao passearem pelo punk, hardcore, reggae, funk, pós punk, pop e mais, e a excelente produção de Liminha.

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Como nessa época os discos vendiam bem e eram ouvidos à exaustão, não é exagero dizer que quase todas as suas faixas se tornaram populares. O fato é que até hoje não se pode imaginar um show do agora quarteto sem “Polícia“, “Bichos Escrotos“, “Homem Primata“, ou “Aa Uu“. “Cabeça Dinossauro” foi escolhido o melhor disco de 1986 pelos críticos da revista Bizz – então o nosso mais importante veículo impresso – e anos depois o melhor álbum do nosso rock pela mesma publicação.

Ouça “Aa Uu


Legião UrbanaDois

Legião Urbana
Dois

O primeiro álbum – do ano anterior – pode ser o favorito dos críticos e “As Quatro Estações” (1989) é o mais popular, mas não se pode negar os méritos de “Dois”, o álbum que certamente marca o início da “Religião Urbana”, com o vocalista Renato Russo começando a assumir o papel de porta voz e uma geração.

Neste disco ainda temos resquícios do punk rock e pós punk que formaram o álbum de estreia, mas ouvimos também a influência da música folk e do novo rock inglês. “Dois” também traz algumas das faixas mais bem elaboradas feitas pelo grupo.

Um álbum cheio de hits e clássicos, daqui saíram “Índios“, “Quase Sem Querer“, “Andrea Doria“, “Eduardo E Mônica“, “Daniel na Cova dos Leões” e “Tempo Perdido“.

Ouça “Tempo Perdido


Paralamas do SucessoSelvagem?

Os Paralamas do Sucesso
Selvagem?

Nenhuma banda que tocou no primeiro Rock In rio (1985) se beneficiou tanto com o festival quanto os Paralamas do Sucesso. Além de terem rodado o país graças à fama conquistada no evento – e a sede que o público tinha pelo nosso rock – o trio decidiu apostar em uma mudança sonora radical na hora de gravar seu terceiro álbum.

Cansados de serem chamados de “Police brasileiro”, Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, decidiram ir direto à fonte, buscando influências na música africana, reggae de raiz e também na MPB.

A aposta em uma música mais tribal que fugia completamente do padrão britânico que imperava por aqui causou estranheza, mas foi bem sucedida em todos os sentidos. “Alagados“, “Melô do Marinheiro“, “A Novidade” e o oportuno resgate de “Você” de Tim Maia se tornaram hits. O disco também fez sucesso com os críticos e acabaria se mostrando fundamental para a geração seguinte do nosso rock – a que colocou a música brasileira dentro de sua equação musical.

Ouça “Alagados


Ira!Vivendo E Não Aprendendo

Ira!
Vivendo e Não Aprendendo

O segundo álbum da banda paulistana pode não ser o favorito de muitos fãs e críticos (que também gostam de “Mudança de Comportamento”, a estreia de 1985 e, principalmente, “Psicoacústica” (1988). Mas em termos de popularidade, esse ainda é o grande disco do grupo.

Mais bem produzido que o primeiro álbum, “Mudança…” ainda traz o grupo em sua faceta mod, com as influências de The Who e The Jam mais presentes do que nunca. daqui saíram clássicos do BRock como “Envelheço na Cidade“, “Dias de Luta” e “Quinze Anos“.

Além dessas eles aproveitaram para regravar – agora em versões ao vivo – as duas faixas que estavam em seu primeiro, e pessimamente produzido compacto. Assim o álbum também traz as versões definitivas de “Gritos Na Multidão” e da polêmica “Pobre Paulista“.

Ouça “Envelheço na Cidade


RPMRádio Pirata Ao Vivo

RPM
Rádio Pirata Ao Vivo

O maior sucesso do ano, e um dos maiores de toda a história da nossa indústria fonográfica, em tese nunca deveria ter saído. Explicando: em 1985 o RPM lançou “Revoluções por Minuto“, seu primeiro disco que não só emplacou vários hits como rendeu um dos primeiros shows realmente bem produzidos do nosso rock.

Um dos destaques do show, dirigido por Ney Matogrosso, era a versão para piano e voz de “London, London” de Caetano Veloso que não fazia parte do LP de estreia.

O “problema” foi que várias rádios começaram a tocar gravações ao vivo pirata da música. Em qualquer lugar do planeta o problema seria solucionado de forma simples: bastava lançar a música em single e pronto. Infelizmente nessa época a nossa indústria teve a infeliz ideia de acabar com os compactos e um impasse se formou.

O grupo não tinha material para um segundo trabalho de estúdio, mas era preciso capitalizar o sucesso de “London, London“. Foi então decidido fazer um trabalho ao vivo. Rádio Pirata… tinha nove faixas, cinco delas saídas do primeiro álbum. Além de “London…”, havia também uma cover para “Flores Astrais” do Secos e Molhados, uma música instrumental inconsequente e apenas uma canção realmente inédita, a boa “Alvorada Voraz“. Apesar das poucas novidades, o álbum explodiu. Paulo Ricardo se tornou o grande sex symbol do rock brasileiro e o quarteto acabou passando por uma superexposição da qual eles não conseguiram se recuperar. O disco ultrapassou a marca de 2.5 milhões de cópias vendidas e, ainda hoje é um dos discos mais vendidos de nossa história.

Ouça “London, London


Camisa de VênusCorrendo O Risco

Camisa de Vênus
Correndo o risco

A banda baiana lançou não apenas um, mas dois discos em 1986. O primeiro deles, “Viva“, é um dos grandes álbuns ao vivo do nosso rock e traz as versões definitivas para “Eu Não Matei Joana D’arc” e “O Adventista” e cinco canções até então inéditas.

Correndo O Risco” marcou a chegada da banda na WEA e foi, até então, o disco mais bem produzido deles. O álbum mostrou o grupo expandindo seus horizontes sonoros, sem que seu passado punk fosse descaracterizado. Os hits foram “Só o Fim” e “Simca Chambord“.

Ouça “Só o Fim


Lulu SantosLulu

Lulu Santos
Lulu

Outro álbum que marca uma mudança de gravadora. Lulu Santos deixou a WEA depois de quatro discos e foi para a RCA. A troca seguramente fez bem para ele, já que “Lulu“, é, ainda hoje, um de seus álbuns mais completos e funciona não só em torno de seus hits.

O álbum emplacou vários sucessos: “Casa“, “Condição (com pioneira incursão pelo rap), “Minha Vida e “Um Pro Outro“. As menos lembradas “Twist (Disco)” e “Ro-que-se-da-ne (Junte As Sílabas E Forme Novas Palavrinhas)” também merecem ser redescobertas.

Ouça “Casa


Engenheiros do HawaiiLonge Demais Das Capitais

Engenheiros do Hawaii
Longe Demais das Capitais

Com algumas exceções, podemos dizer que a cena oitentista do Rock Brasil girava em torno de três cidades principais: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Os Engenheiros do Hawaii, junto dos Replicantes, colocaram Porto Alegre nesse mapa. O primeiro disco da banda é bem diferente dos que vieram depois, até por trazer Humberto Gessinger na guitarra, e não no baixo, onde se notabilizou. A influência do reggae também sumiria com o passar dos anos, mas aqui temos canções que ficaram.

Sopa de Letrinhas” e “Segurança” já haviam saído anteriormente em uma coletânea chamada “Rock Grande do Sul” e foram regravadas. O álbum também traz em “Toda Forma de Poder“. Essa é daquelas que até quem não gosta do trio assume que é boa e que se mantém extremamente atual.

Ouça “Toda Forma de Poder


Plebe RudeO Concreto Já Rachou

Plebe Rude
O Concreto Já Rachou

Os brasilienses foram espécie de cobaias – ao lado do Zero e outros grupos – de um novo experimento: o “mini LP”. Em tese era para ser um disco com menos faixas e mais barato. No final o que se viu foram várias lojas vendendo discos com seis ou sete músicas pelo preço de um álbum “completo”.

Por outro lado a falta de espaço obrigou a banda a concentrar tudo o que tinha de bom no espaço disponível e assim acabamos por ter um trabalho onde o termo “curto e grosso” faz todo sentido.

A banda exibiu seu pós-punk politizado com força em canções que se tornariam clássicas como “Até Quando Esperar“, “Proteção“, “Minha Renda“, “Brasília“… enfim, todas elas.

Ouça “Até Quando Esperar


MercenáriasCadê As Armas?

Mercenárias
Cadê As Armas

Nem só de estouros viveu o rock nacional dos anos 80. Paralelamente ao cenário de discos de ouro e aparições no programa do Chacrinha, havia também um cenário mais underground, com bandas fazendo um som sem grandes preocupações com o mercado, mas de inegável interesse, que acabariam influenciando muita coisa que se seguiu.

A maioria desses grupos gravava pela Baratos Afins, o selo da loja que ainda hoje segue funcionando na “Galeria do Rock” no Centro de São Paulo.

Entre nomes como Fellini, Smack e Akira S e as Garotas Que Erraram, as Mercenárias merecem destaque especial, seja pelo seu som poderoso – herdeiro do lado mais radical do pós-punk britânico – quanto pelo fato delas terem sido a primeira banda a adotar uma temática feminista no nosso rock.

Ouça “Pânico

Fonte: Popzone

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