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Série “Zé do Caixão” estreia com foco no homem por trás do personagem

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Em uma sala de aula, José Mojica Marins dá comandos rápidos a seus alunos de um curso de atuação. Ele os faz passar da serenidade ao desespero e à morte – para então eles virarem zumbis. A cena, divertida, dá o tom do que se verá em “Zé do Caixão”: a série, que estreia nesta sexta-feira – muito sugestivamente, uma sexta-feira 13 – no canal pago Space, retrata não só o célebre personagem que entrou para a história do cinema brasileiro, como também o lado mais desconhecido de seu criador.

Dirigida por Vitor Mafra (do filme “Lascados”) série é baseada na biografia “Maldito”, escrita por André Barcinski e Ivan Pinotti, e mostra os altos e baixos da carreira de Mojica, revelando uma figura mais complexa do que a que ficou gravada na mente de muitos brasileiros. “Às vezes é chato voce perceber que o Zé do Caixão é mais conhecido do que o Mojica”, afirmou Barcinski durante evento de lançamento da produção. O perosnagem todo mundo sabe quem é, mas pouca viu os filmes. Tem gente que não sabe nem que ele é cineasta, gente acha que ele é uma figura, um lobisomem, uma mula sem cabeça”.

Coube a Matheus Nachtergaele o desafio de interpretar o cineasta. E ele encarna com louvor a figura de Mojica, com direitos aos “erres” marcados e aos erros de português que tornaram sua fala marcante. “Não foi possível não fazer uma imitação da maneira de falar, do sotaque, porque era muito saboroso”, contou o ator. “Eu tive receio no início, de satirizar alguém que eu admiro. mas acho que o Mojica provou pela vida dele que ele é um livro aberto e que ele está com a cara a tapa, sempre”.

Ana Ottoni Fotografia/Divulgação

Série "Zé do Caixão" estreia com foco no homem por trás do personagem

Mojica com Dirce e Mário Lima em cena de “Zé do Caixão”

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A história de Mojica é contada em seis episódios, cada um girando em torno de um de seus filmes: “Sina do Aventureiro” (1958), “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1963), “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1966), “O Despertar da Besta” (1969), “Perversão” (1978) e “24 Horas de Sexo Explícito” (1985). A origem do Zé do Caixão, com a cartola que Mojica ganhou de presente e uma capa preta vinda do candomblé, divide espaço com os dramas do diretor, que sofreu com a censura no período da ditadura militar e foi até a um programa de auditório apresentado por Gugu Liberato para cortar suas longas unhas.

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Coadjuvantes de destaque

Na falta de tempo em cena para colocar todas as pessoas que ajudaram Mojica em sua carreira, várias figuras foram condensadas em um só personagem, como é o caso de Dirce (Maria Helena Chira), compilação das várias mulheres com quem o diretor mulherengo se envolveu – mas inspirada mais fortemente em Nilce, que foi parceira de Mojica também na arte. “Ela disse pra mim: ‘são 50 anos juntos, apesar de nos últimos 20 a gente estar separado, emocionalmente’. Achei tão bonito, é uma vida toda. Ela tem papel de produtora, ela se revolta, fica mal, passa fome com ele, mas ela não questiona a arte dele. E essa é a beleza da relação deles”, disse a atriz.

E três nomes importantes do cinema paulistano dos anos 1970 ganharam uma representação nas telas: os cineastas Luiz Sérgio Person e Carlos Reinchenbach e o jornalista Jairo Ferreira foram homenageados no personagem Chicão, que passa por momentos que aconteceram na vida real, como lembrou Barcinksi: “O Mojica recebeu um livro de cinema de presente, de um cineasta do cinema novo. E o Person pegou o livro e rasgou o livro inteiro na frente do Mojica e falou: ‘você me promete que nunca vai ler um livro sobre cinema, porque a sua arte é muito primitiva, é muito legal”.

O autor revelou ter ficado comovido ao ver o bom entrosamento em cena entre Nacthergaele e seus coadjuvantes, entre os quais também está Felipe Solari, que interpreta o braço-direito de Mojica, Mário Lima. “Agente queria impingir essa sensação de que a trupe do Mojica era uma espécie de exercito de Brancaleone, que segue ele independente das loucuras que ele fizer. E é verdade, sempre foi assim. Mojica é um cara que tem as ideias mais malucas e consegue convencer outras 200 pessoas de que aquela é a melhor ideia do mundo e vai dar certo.”

Mojica visitou set e queria Mel Gibson em seu papel

Durante as gravações da série, o elenco recebeu uma visita de Mojica, ainda estava debilitado por conta dos dois infartos que sofreu em 2014 dos cinco meses que passou em uma UTI. Os atores fizeram um desfile com os figurinos da trama e emocionaram o cineasta, segundo Nacthergaele. “Eu achei bonitinho porque mesmo fraco e sem poder falar, ele tocava em cada capa, fazia assim [um sinal joia] e depois ele chorou. Foi um dia que a gente ficou muito emocionado, porque aquilo é ele, só acontece por ele. Um cara quase fadado ao esquecimento, depois ele retorna de um jeito bonito e agora tem uma série em homanegm a ele, que vai fazer com que as pessoas relembrem a trajetória dele”.

O ator, que conseguiu liberação da Globo para fazer a série, foi a primeira opção de Barcinski e do diretor Vitor Mafra para o papel – mas não a de Mojica. “Queria revelar para o Matheus que ele não foi a primeira escolha do Mojica. O Mojica queria o Mel Gibson. Na primeira vez que a gente falou do filme, era o Mel Gibson que o Mojica queria, lá pra 2000, 1998. O Mel Gibson parece muito o Mojica, como você sabe”, brincou o autor.

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