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Animação cria “Mexifórnia” e provoca republicanos em ano eleitoral nos EUA

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    Animação cria "Mexifórnia" e provoca republicanos em ano eleitoral nos EUA“Bordertown” retrata conflitos e amizade entre duas famílias na fictícia Mexifórnia

Enquanto no Brasil a legislação censura qualquer referência à política na TV em ano eleitoral, a televisão americana aproveita o momento para travar discussões pertinentes ao cenário político e, claro, atrair a audiência apaixonada.

Até o momento, pelo menos uma atração já está programada para cutucar os republicanos durante as eleições presidenciais de 2016. Dos produtores de “American Dad”, “Uma Família da Pesada” e “The Cleveland Show”, chega ao canal Fox a animação “Bordertown”, que retrata os conflitos e amizade que nasce entre duas famílias na fictícia Mexifórnia, uma cidade na fronteira dos EUA com o México em que os imigrantes se tornaram maioria.
E como são maioria, os mexicanos é quem ditam as regras e ganham dinheiro. “Nós ainda mandamos aqui! Ainda temos o vice-presidente!”, esbraveja o personagem Bud Buckwald, um pai de família americano que tem um emprego medíocre como guarda de fronteira.
Em tempos de Donald Trump, pré-candidato à presidência pelo partido republicano, cujo discurso é totalmente anti-imigração, os produtores e atores da série prometem dar “uma resposta à altura” às barbaridades que Trump prega em seus comícios.
Como suas animações “irmãs”, “Bordertown” não poupa ninguém do escárnio. Estereótipos que muitos podem considerar ofensivos aos mexicanos, aos americanos e até a celebridades mortas (como o ator Phillip-Seymour Hoffman, morto por overdose, que é lembrado como um dos “melhores clientes” do cartel de drogas do México) estão presentes.
Divulgação/Fox

Animação cria "Mexifórnia" e provoca republicanos em ano eleitoral nos EUA

Série não poupa ninguém do escárnio, sejam mexicanos, políticos ou celebridades

Animação cria "Mexifórnia" e provoca republicanos em ano eleitoral nos EUA Durante a exibição de um episódio na Comic-Con de Nova York, em que os próprios imigrantes aprovam a construção de um muro na fronteira, enquanto o Bud se torna traficante de imigrantes por um túnel subterrâneo, o público gargalhava muitas vezes envergonhado. “Isso é tão horrível”, dizia uma garota negra com os olhos mareados de tanto rir.

“No começo, as pessoas ficarão chocadas, mas depois ela vão rir”, diz o produtor e filho de imigrantes mexicanos Lalo Alcaraz.
O programa, no entanto, não foi pensando com o objetivo de responder especificamente a Donald Trump. Pensou-se, inclusive, que em um país governado por Barack Obama, que entre outras ações abriu os Estados Unidos para Cuba, a questão da imigração tinha ficado irrelevante.
“Foi puro acidente que este show entre no ar exatamente no ano em que haverá eleição presidencial. Eu elaborei o roteiro em 2007, quando o George W. Bush ainda era presidente e a imigração era um assunto quente no país. Quando resolveram produzir, a coisa já tinha esfriado. E aí fiquei preocupado que essa animação fosse irrelevante, mas daí, milagrosamente (ou não), Trump resolveu se candidatar quando já tínhamos terminado de filmar todos os episódios e trouxe assunto à tona nacionalmente. Devíamos dar crédito de produtor para ele”, ironiza o também produtor Mark Hentemann.
Alcaraz aproveita para tira sarro do colega, também descendente de imigrantes irlandeses, dizendo que não é irreal que imigrantes mexicanos sejam mais bem-sucedidos que americanos nos Estados Unidos de hoje em dia.
“Veja, ele levou quatro gerações para chegar à indústria do entretenimento. Eu levei uma só”, brinca. Em seguida, completa: “É particularmente estranho que este país ainda tenha essa aversão aos imigrantes.”
O EUA estão mudando de cor. E isso é excitante! E é sobre isso que esse programa fala. E vai estrear em um ano de eleições e não estamos com medo de falar disso
Alex Bornstein, atriz de “Bordertown”
Alex Bornstein, atriz que dublará as personagens Janice e Beckie Buckwald, mãe e filha da família americana (esta última uma feminista de esquerda casada com o filho da família mexicana), explica que o programa trata de algo “muito importante”.
“O EUA estão mudando de cor. E isso é excitante! E é sobre isso que esse programa fala. E vai estrear em um ano de eleições e não estamos com medo de falar disso. Mesmo que este não tenha sido o que motivou a criação desta animação, daremos uma resposta à altura a Donald Trump.”
O ator Nicholas Gonzales, também filho de imigrantes que dá voz a Ernesto Gonzales, o pai da família mexicana, foi mais enfático. “Me sinto ótimo podendo fazer isso neste momento. Acho incrível que possamos apertar esse botão, que tenhamos voz.”

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