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HQs, Charlie Kaufman e sexo lésbico: conheça universo do brasileiro “Zoom”

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Imagine um filme que misture “Trainspotting”, “Waking Life” e o videoclipe de “Take on Me”, do A-ha. O elenco, dividido em três narrativas que ao mesmo tempo se complementam e se afastam, é internacional, incluindo os atores Gael García Bernal e Alison Pill.

Essa história não só existe como é dirigida por um brasileiro, Paulo Morelli, de apenas 29 anos.

Aplaudido nesta terça (15) no Festival Internacional de Toronto, “Zoom” nasceu há cinco anos e meio, numa parceria entre o produtor canadense Niv Fichman e a produtora O2 — dobradinha que gerou “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008), de Fernando Meireles.

No novo filme, são mostradas três histórias paralelas de artistas, com forte viés metalinguístico, que servem como crítica aos padrões de beleza contemporâneos.

Emma (Alison Pill) é uma insegura quadrinista que ama o cineasta Edward (Bernal), um sujeito vaidoso à frente de um filme sobre uma modelo brasileira (Mariana Ximenes), que queria mesmo era escrever um livro sobre uma… quadrinista.

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Divulgação

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HQs, Charlie Kaufman e sexo lésbico: conheça universo do brasileiro "Zoom"

O diretor brasileiro Pedro Morelli apresentou seu filme “Zoom” no Festival de Toronto 2015, na última terça (15)

Parece confuso, mas nem tanto. Filmados cada um à sua maneira estética, os personagens acabam contando ao espectador a trama vivida pelo outro. Como se todos estivessem em um grande gibi.

Chamam a atenção os 30 minutos do segmento de Bernal, criados inteiramente em animação, na clássica técnica da rotoscopia. O ator filmou todas as suas cenas separadamente, que foram redesenhadas quadro a quadro por uma equipe de 25 animadores.

Segundo Morelli, que estreou como diretor ao lado do pai, Paulo Morelli, no drama “Entre Nós”, o emaranhado multidimensional vem de suas influências do roteirista Charlie Kaufman, de “Quero ser John Malkovich” e “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”. E de uma bem-vinda carta branca oferecida por Niv Fichman.

“O ‘briefing’ dele foi muito, muito livre. Ele falou simplesmente para eu criar o que queria, sem fazer concessões nem tentar encaixar o filme num modelo, apenas para agradar. Pediu para eu ir na minha e ‘pirar’. Criei a ideia, que foi roteirizada por um canadense”, conta Pedro ao UOL. “A brincadeira do filme é, na verdade, não ter uma unidade estética. A gente tem uma estética diferente para cada história. Cada uma com um look diferente.”

Apesar da complexidade da produção, o orçamento do filme é relativamente pequeno: R$ 5 milhões. Com participações de Claudia Ohana, Jason Priestley, Don McKellar, Tyler Labine, e Jennifer Irwin, foi rodado em Toronto, Trindade (RJ) e em São Paulo, com 90% das falas em inglês.

Divulgação/Paris Filmes

HQs, Charlie Kaufman e sexo lésbico: conheça universo do brasileiro "Zoom"

Jason Priestley (Dale) e Mariana Ximenes (Michelle), em cena de “Zoom”

A ideia é projetar o filme internacionalmente. “A sessão no Festival de Toronto foi ótima. Passamos numa sala iMax, com uma tela gigantesca e o som, incrível. O público canadense pareceu gostar bastante. Houve muitas risadas na plateia. Muito boa a sensação de terminar um projeto e vê-lo ser bem acolhido pelo público”, conta o diretor.

Tal qual o polêmico “Love”, do argentino Gaspar Noé, também exibido na sessão Vanguard de Toronto, “Zoom” conta com cenas de sexo, protagonizadas por Mariana Ximenes e Claudia Ohana, que prometem dar o que falar.

Em entrevista recente à revista “Época”, Claudia afirmou que nunca havia sentido tanta vergonha na vida, com pedidos insistentes do diretor para que “tivesse pegada”.

“Essa cena a gente acabou filmando meio numa correria. Mas ficou bacana. Era mais uma coisa dela, de estar com um friozinho na barriga. À princípio não era o que eu queria, mas acabou ficando muito legal. O nervosismo jogou a nosso favor”, revela Morelli, que, com o filme, espera “jogar” pelo cinema nacional.

“Já chegou a um padrão alto de qualidade nos nossos filmes. Já começamos a virar uma indústria, com público consolidado em comédias e em alguns filmes de ação. Acho que agora estamos perto de criar maturidade para começarmos a quebrar esse padrão.”

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