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Paulo Miklos vive taxista reaça em curta baseado em HQ de Caco Galhardo

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“No tempo da ditadura é que era bom”. A frase bastante ouvida em tempos de “Fora Dilma” também é repetida pelo taxista paulistano vivido por Paulo Miklos no curta “Quando Parei de Me Preocupar com Canalhas”, de Tiago Vieira, exibido nesta quinta (13) na competição do Festival de Gramado.

O personagem divertiu a plateia ao defender a ditadura e soltar pérolas, como: “Você pega um táxi até para abrir o olho do que acontece, porque a gente é o termômetro da sociedade”.

Divulgação

Paulo Miklos vive taxista reaça em curta baseado em HQ de Caco Galhardo

Cartaz do curta "Quando Parei de Me Preocupar com Canalhas", de Tiago Vieira

Paulo Miklos vive taxista reaça em curta baseado em HQ de Caco Galhardo

Ao UOL, o diretor do curta disse que não era a intenção que ficasse tão engraçado. “Era para ser uma cara mais reaça, mais incômodo mesmo, mas acho que pela proximidade com a realidade, as pessoas riram”, disse Vieira, que ainda contou que o cantor e ator, estrela do longa “O Invasor”, estudou os taxistas de São Paulo para criar o personagem.

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Adaptação de uma história em quadrinhos de Caco Galhardo, publicada na revista “Piauí” em 2008, o curta é protagonizado por Matheus Nachtergaele, que vive um cara que se acha politizado, mas começa a se dar conta de que vem se tornando tão chato quanto os taxistas da cidade, só que um taxista de esquerda. A solução é tornar-se um alienado.

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Cansado de reclamar

Vieira disse que se identificou com o personagem porque sempre gostou muito de debater política, mas percebeu que isso fazia mais mal do que bem. “Só reclamar é muito chato e não leva a lugar algum. Quando refleti sobre isso, consegui fazer outras coisas da vida, como esse filme, por exemplo”.

Mesmo já tendo sete anos de vida, o texto de Galhardo é mais atual do que nunca. Para Vieira, esses personagens –a esquerda no bar, o taxista reacionário, o motoboy– sempre estiveram por aí. A diferença é que esse tipo de discussão está mais aflorada. “Pelo menos em são Paulo, o taxista sempre foi essa figura. Talvez não falasse de ditadura com tanta segurança. Hoje ele já solta o verbo sem pudor”.

Crowdfunding

Por atirar para todos os lados da política, Galhardo disse a Vieira que não seria bom que o filme tivesse financiamento público, o que atrasou a produção em vários anos. “Caco já tinha autorizado a adaptação em 2008. Sem grana, engavetei o projeto e, em 2013, descobri o Catarse [plataforma de financiamento coletivo]”.

Para ajudar no orçamento, Vieira começou a convidar os interessados no projeto a assinar como produtores. “Numa dessas, mandei uma mensagem para o Matheus [Nachtergaele], que se interessou pelo projeto e pelo papel de protagonista. A chegada dele deu força para o projeto”. Depois vieram Miklos e o cantor Otto, que também vive um botequeiro apaixonado por discussões políticas no bar.

Exibido em uma mostra paralela do Festival de Cannes, o filme também estará no festival de curtas Kinoforum, em São Paulo, com exibições nos dias 20, 22 e 23 de agosto.

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