James Bay – Chaos And The Calm
Com apenas uma semana de lançamento, esse disco já se tornou o 20° mais vendido do ano no Reino Unido. Essa é mais uma prova de que por lá os artistas solo do sexo masculino estão vivendo um momento excepcional – em contraposição aos EUA onde as cantoras parecem predominar – isso falando de maneira geral logicamente.
O jovem James Bay de apenas 24 anos, leva a crer que em breve irá se juntar a nomes como Sam Smith, Ed Sheeran, George Ezra e tantos outros na lista de artistas britânicos mais conhecidos no mundo.
Não que a música dele tenha algo a ver com a dos citados acima. Até porque a diversidade parece ser a marca dessa geração, mas esse disco é daqueles que parecem ter nascido com a marca do sucesso.
Bay ganhou o prêmio dos críticos no último BRIT Awards, um excelente pontapé para qualquer iniciante. Felizmente aqui o prêmio foi parar em boas mãos. Bay é um cantor e compositor de linhagem clássica.
James tem uma voz marcante, um tanto rouca e com inegável influência do R&B dos anos 60, que funciona tanto nas faixas mais agitadas quanto nas baladas.
“Chaos And The Calm” foi provavelmente feito com o intuito de conquistar o público mainstream. Assim, temos momentos mais radiofônicos – como “Hold Back The River” com seu refrão pronto para ser cantado por multidões em festivais. A vantagem é ver que ele sabe dosar bem esse lado, com outro mais simples e discreto, que, diga-se, é bem mais eficiente.
O disco é assim um produto bem acabado e com potencial para atingir tanto o público adolescente – o fato dele ser bonito obviamente não irá atrapalhá-lo – quanto aquele mais adulto ou maduro.
Ouça “Hold Back The River” com James Bay presente no álbum “Chaos And The Calm“
Death Cab For Cutie – Kintsugi
Fazia tempo que os fãs esperavam por um novo álbum desta banda americana que já tem quase 20 anos de estrada. Para esses a notícia é boa. Apesar da demora, a espera foi recompensada, já que o disco tem tudo o que se espera deles: boas melodias, arranjos bem feitos e que fogem do convencional e letras inteligentes.
Para quem não os conhece, o DCFC é uma banda cult por excelência, com um número grande de admiradores em todo o planeta. Ainda que eles sejam vistos por setores da imprensa como precursores do emo, vale dizer que a música deles é ampla e rica.
Ou seja, ela passa longe daquela tristeza com clima pré-fabricada ou dos riffs de hardcore melódico, preferindo buscar inspiração no melhor do rock do final dos anos 70 e 80. Aos interessados, vale dizer que esse já é o oitavo trabalho deles e que o material anterior também é de excelente qualidade – o disco “Transatlanticism” de 2003 em particular vale muito a pena.
Ouça “Little Wanderer com o Death Cab For Cutie, presente no álbum “Kintsugi“
A cada trimestre a conceituada revista britânica Mojo publica uma lista com os 20 melhores lançamentos do trimestre. Entre os mais recentes trabalhos de Björk, Noel Gallagher, Bob Dylan, Mark Ronson, Laura Marling e Kendrick Lamar, está esse belíssimo disco de estreia do canadense Tobias Jesso Jr..
Apesar de só agora chegar ao primeiro trabalho, Jesso está prestes a completar 30 anos de idade e já passou um bom tempo na batalha. “Goon” é um álbum de baladas apaixonadas, nascidas depois do fim de um relacionamento amoroso.
O resultado é um disco simples, mas intenso e muito especial – um daqueles casos cada vez mais raros de álbum que você tem vontade de ouvir repetidamente e que, de quebra, já cativou gente como Adele e Alana Haim (enquanto Danielle, outras das irmãs Haim toca bateria em uma das faixas deste disco).
Isso não quer dizer que a música aqui seja exatamente original. Jesso pisa em um caminho bastante trilhado, mas ele sabe usar essas influências a seu favor.
Como nesse caso estamos falando dos primeiros trabalhos solo de John Lennon e Paul McCartney – e também de Elton John ou de nomes mais cult como Emitt Rhodes – o resultado não poderia ser nada além de arrebatador. Se você gosta gosta de baladas bem compostas e executadas, que têm o piano como instrumento principal, não deixe de ouvir.
Ouça “How Could You Babe” com Tobias Jesso Jr. presente no álbum “Goon“