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Polanski participa de audiência na Polônia sobre pedido extradição dos EUA

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Polish director Roman Polanski attends a news conference for the film “Chacun son Cinema” at the 60th Cannes Film Festival May 20, 2007. REUTERS/Jean-Paul Pelissier (FRANCE)

(Atualiza com fim de comparecimento de Polanski e declarações do cineasta).

Nacho Temiño.

Varsóvia, 25 fev (EFE).- Roman Polanski compareceu por nove horas nesta quarta-feira, a portas fechadas, perante um tribunal da Cracóvia (sul da Polônia) no marco da solicitação de extradição apresentada pelos Estados Unidos por um delito de abuso sexual contra uma menor de 13 anos cometido na Califórnia em 1977.

“Foi esgotante e em certo modo doloroso, já que tive que voltar a lembrar algo que preferia manter no esquecimento”, disse brevemente Polanski à imprensa ao sair dos tribunais, após comparecer a audiência do pedido de extradição dos EUA, onde foi condenado por estupro de uma adolescente de 13 anos, crime cometido na Califórnia em 1977.

Os magistrados não tomaram hoje uma decisão sobre a entrega ou não de Roman Polanski às autoridades americanas, e a expectativa é que o processo demore ainda várias semanas.

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“É necessário estudar as evidências apresentadas por Roman Polanski, o que exclui a resolução rápida do caso”, disse a porta-voz do tribunal, Barbara Górszczyk.

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A rede de televisão “TVN24” informou que “a próxima audiência deve acontecer em abril”.

O diretor reiterou sua “confiança” na Justiça polonesa e declarou à imprensa que espera que o processo de extradição aberto não impeça as filmagens que pretende realizar na Polônia a partir de julho, um longa-metragem inspirado no escândalo de espionagem de Alfred Dreyfus.

Durante quase nove horas o diretor testemunhou, a portas fechadas, como dias atrás reivindicou sua defesa, para proteger sua privacidade do interesse midiático.

“A defesa demonstrará que a solicitação de extradição é simplesmente infundada”, explicou aos jornalistas o advogado de Polanski, Jan Olszewski na saída do tribunal.

Hoje a promotoria apresentou as razões pelas quais admitiu o trâmite do pedido de extradição, e a defesa do diretor pediu ao tribunal polonês que leve em conta a decisão tomada pelas autoridades suíças em 2010, quando negaram sua entrega aos Estados Unidos.

Se os magistrados decidirem neste caso a favor da extradição, o ministro da Justiça, Czesary Grabarczyk, deverá decidir em última instância se dá ou não sinal verde ao processo.

Se o tribunal negar o pedido a decisão será firme e definitiva.

A solicitação de extradição foi apresentada em janeiro e, após ser admitida pela promotoria da Cracóvia, foi remetida ao juizado competente dessa mesma cidade.

Nos últimos meses Polanski passou temporadas em Cracóvia, sua terra natal, preparando a produção do filme sobre Dreffus, que deveria começar no meio de ano, e alugou o apartamento em que viveu na infância.

A presença do diretor na Polônia foi aproveitada pelos Estados Unidos para solicitar sua extradição.

As tentativas de extraditar Polanski aos EUA começaram muito antes e em 2009 viveu um de seus capítulos mais conhecidos quando as autoridades americanas solicitaram à Suíça a detenção do realizador, que tem nacionalidade francesa e polonesa.

O cineasta foi detido no aeroporto de Zurique e passou três meses na prisão e outros sete em prisão domiciliar, até que finalmente a Suíça negou sua extradição e o pôs em liberdade.

Naquele período de detenção, a Polônia dedicou a Polanski uma estrela na “Calçada da fama” da capital polonesa junto com uma de suas frases mais populares: “Nada é impactante demais para mim”.

Um ano mais tarde os Estados Unidos voltaram à carga e reivindicaram sua extradição, detsa vez para a Polônia, quando o escritório do Procurador-geral polonês concluiu que o crime pelo qual era reivindicado já tinha prescrito segundo a legislação polonesa.

Mais adiante, em outubro de 2014, a justiça polonesa desprezou o pedido de detenção dos Estados Unidos para o diretor de cinema, que assistia à inauguração do Museu de História Judaica de Varsóvia.

Agora, após o novo pedido americano, em janeiro, a promotoria da Cracóvia decidiu aplicar o tratado de extradição entre Estados Unidos e Polônia “incondicionalmente”, e aceitou tramitar a solicitação, embora sem considerar pertinente em nenhum momento a detenção do diretor.

Polanksi, de 81 anos e ganhador de um Oscar como melhor diretor pelo filme “O pianista”, 2002, é acusado de ter mantido relações sexuais com uma adolescente de 13 anos, Samantha Geimer, crime pelo qual ele se declarou culpado em 1977, quando passou 42 dias em uma prisão californiana, sendo depois solto sob fiança.

Em 1978 fugiu dos Estados Unidos antes da audiência que fixaria a pena, por temer que o juiz impusesse uma condenação severa.

mbora o cineasta tenha chegado há anos a um acordo econômico com Geimer, que retirou todos as acusações, em 24 de dezembro um tribunal de Los Angeles rejeitou o pedido de sua defesa para encerrar definitivamente o caso, que o impede de pisar nos EUA.

O diretor vive na França com sua esposa, a atriz Emmanuelle Seigner, e seus filhos. EFE

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