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“It girl” do momento, Delevingne quer provar que sua vida vai além da moda

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“É que eu prefiro mesmo ficar pelada”. A reação, meio provocação, meio tédio, é a tirada moleca da to model e atriz inglesa Cara Delevingne, 22 anos, cansada de responder aos jornalistas sobre o que está vestindo (uma blusa Isable Marant e sapatos Iro), o que pensa da moda, as tendências da temporada, a cor do momento. “É claro que eu gosto de moda, mas até um certo ponto, né? Minha vida vai além disso”, diz.

E vai mesmo. É dela o papel de Margo Roth Spiegelman a anti-heroína de “Cidades de Papel”, adaptação do livro de John Green, autor campeão de vendas entre os leitores adolescentes, que chega nesta quinta-feira (9) aos cinemas brasileiros. E em seguida virão trabalhos com diretores como David Ayer (ela filma no momento “Esquadrão Suicida”, em que vive Magia), Joe Wright (como a Sereia do aguardado “Peter Pan”), e Luc Besson (a adaptação do clássico dos quadrinhos de ficção-científica “Valerian and the City of a Thousand Planets”).

Além disso, relatos dão conta de que a “it girl” –que tem quase 15 milhões de seguidores no Instagram e outros 3 milhões no Twitter– largou a agência de modelos Storm para focar na carreira cinematográfica.

Símbolo de uma geração hiper-conectada e liberal, Delevingne, que tem raízes familiares na nobreza britânica e sobrancelhas idolatradas pela imprensa de celebridades e moda, não tem muitas papas na língua. Na pré-estreia de “Cidades de Papel” em Sidney, Austrália, ela conversou abertamente sobre seu namoro com a cantora St. Vincent, 32, importante figura da cena indie americana. A atriz se disse felicíssima na vida amorosa e ainda fez campanha para o primeiro-ministro conservador Tony Abbott liberar o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Austrália, bem ao seu estilo: “Senhor Abbott, escute a voz do restante do planeta e una-se logo a eles”.

Na tela grande, Delevingne divide as atenções com Nat Wolff, 24 (o Isaac de “A Culpa”), que interpreta Quentin em “Cidades de Papel”, melhor amigo na infância de Margo, que vê a relação se transformar quando ela se torna popular no colégio e ele fica no grupo dos nerds. Mas um evento inusitado os une novamente e inicia a jornada de Quentin em busca de Margo e, bem ao estilo de Green, dele mesmo.

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Os melhores trechos da conversa com a protagonista de “Cidades de Papel” seguem abaixo.

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"It girl" do momento, Delevingne quer provar que sua vida vai além da moda Divulgação Ah, imagina o quanto eu adoro quando pessoas decidem o que eu sou o como sou (risos). Eles fazem o tempo todo, sabia? Deve ser algo comigo. Uma das minhas coisas favoritas na vida é provar que elas estão erradas, é surpreender a todos com quem trabalho. Cara Delevingne, modelo, atriz e “it girl”, sobre as expectativas que as pessoas criam sobre ela

"It girl" do momento, Delevingne quer provar que sua vida vai além da moda

UOL – No set todos usavam, sem exceção, tinham dois adjetivos sobre você: brilhante e carismática…
Cara Delevingne – Ah, imagina o quanto eu adoro quando pessoas decidem o que eu sou o como sou (risos). Eles fazem o tempo todo, sabia? Deve ser algo comigo. E aí as reações são “nossa, mas eu pensei que você fosse tão mais insuportável” (mais risos). Uma das minhas coisas favoritas na vida é provar que elas estão erradas, é surpreender a todos com quem trabalho. Eu sempre fui muito dramática, uma atriz mais natural do que técnica. No set de “Cidades de Papel” todos me incentivaram a investir neste lado mais natural, mais real. Foi o que eu fiz. Fico feliz que todos gostaram.

Como foi sua reação ao descobrir que faria a Margo?
Não dá para traduzir em palavras, honestamente. Eu me apaixonei pelo livro, mas ainda mais pela Margo, pela personagem, pelo jeito dela. Quando recebi a ligação da produção, não parei de comemorar por semanas a fio. Lembro que estava em um quarto de hotel e comecei a pular como uma louca, a empurrar a mobília para lá e para cá, gritando com os travesseiros no meu rosto, até que alguém do lobby ligou para saber se eu estava bem. Foi um mico. Mas valeu cada segundo. A ficha de que o trabalho seria duro e de que eu teria de fazê-la de forma perfeita só foi cair depois. Bem depois.

Jamais imaginaria que você duvidaria de seu próprio potencial…
Eu? Mas eu sempre duvido de minhas capacidades, o tempo todo! Acho que é uma defesa, também, de reduzir as expectativas, sempre, para não acabar decepcionada depois.

Então me conte o contrário: o que a fez pensar ser possível viver Margo?
Boa! (rindo). Bem, ela vive na Flórida, eu em Londres, definitivamente não é a mesma coisa (mais risos). Mas há vários elementos importantes na construção da Margo que eu gostaria de pensar que estão em mim, na minha personalidade também, especialmente quando eu era uma adolescente. Por exemplo, a busca por quem você realmente é, a rebeldia contra o status quo, a capacidade de ver, de fato, o jogo de cena, o teatro, os tipos que marcam a escola secundária. Ao mesmo tempo, ela é muito tranquila em relação ao fato de não saber ainda exatamente quem ela é. Ela está aberta para experimentações, e isso é belíssimo em um personagem. Ela tem suas opiniões, as expressa muito comumente, mas está honestamente se descobrindo. Aqui há uma diferença: eu, na idade dela, achava que sabia exatamente quem eu era. Foi um choque descobrir que eu estava um tanto quanto enganada sobre mim mesma (mais risos).

Margo não parece pensar muito antes de agir, é impetuosa…
Eu sou como ela, faço primeiro o que tenho de fazer, vou pensar nas conseqüências depois, até certo ponto. Ao mesmo tempo, você jamais terá uma festa-surpresa tão bem planejada quanto as que eu preparo para meus amigos. Já fiz mais, mas também adoro armar presepadas para eles, pegadinhas, para fazer os outros rirem. Sim, eu pintei muito o rosto dos mais íntimos quando eles estavam dormindo. Fui bem moleca, especialmente no meu período de colégio interno…

Como é que você sobreviveu ao colégio interno?
Não foi nada traumático, porque era uma escola voltada para as Artes. Eu sempre fui a líder das molecas. Tinha confusão, eu estava no comando, mas nunca durante as aulas, sempre prestei bastante atenção. Agora, mudar a ordem das cadeiras para confundir os professores, que não sabiam mais quem era quem, isso eu fazia sim. Com alguma constância.

Você se considera estudiosa?
Huuum…Não é que eu seja uma anta, o que definitivamente não sou, mas não quero me identificar como uma intelectual ou acadêmica. Eu gosto do que eu gosto. Sempre tive minhas opiniões sobre arte e história e política muito claras, e hoje vejo que tive um certo prazer em discordar dos professores. Mas acho que é o prazer do debate. E nunca, jamais, fui grosseira ao rebater ideias com as quais eu não concordava.

Você tem saudade dos tempos de escola?
Nossa, muita! Tantos professores me inspiraram, amigos queridos que eu não vejo mais tão frequentemente. E amava as aulas de psicologia, biologia, química e, claro, teatro e dança. Por outro lado, odiava física. E meu professor de matemática dizia que eu era o diabo em forma de guria, então diminuiu meu apreço pela disciplina (risos).

Você começou a atuar cedo, ao mesmo tempo em que iniciou sua carreira de modelo, não?
Sim. Quando eu fiz 13 anos, dois anos depois de ir para o colégio interno, pedi de presente aos meus pais um agente. Eles quase caíram para trás. Mas eu precisava mostrar aos outros o que eu gostava de fazer. Amo o palco. Amo. Mas aí meus pais quiseram que eu terminasse a escola secundária primeiro, e eles estavam certos.

Seus pais foram do tipo durões?
Hum… mais ou menos. Eles certamente tinham lá as suas expectativas em relação aos filhos, mas como fui para o colégio muito menina, a independência chegou cedo também. Aos 16 anos eu já achava que podia ter as minhas expectativas em relação a eles também (risos).

O que você aprendeu com a Margo?
Nossa, tanta coisa. Mas a mais importante talvez seja ser quem você de fato é, não criar uma persona para o prazer dos outros. E siga o seu coração e os seus sonhos e se torne quem você é, mesmo que todos digam que você está errada, mesmo que o mundo conspire contra você. Siga em frente, menina!

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