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Música

Disco a Disco: The Rolling Stones – parte 1, os anos 60

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Rolling Stones
Os Rolling Stones em 1965

Aproveitando que os Rolling Stones estão de volta ao Brasil – será a quarta visita da banda ao Brasil para shows – o Popzone disseca a discografia da banda.

As gravações dos Stones estão entre as mais importantes não só da história do rock, como da música moderna. É claro que em uma carreira que já passa dos 50 anos, nem tudo é de primeira qualidade, mas é bom frisar que mesmo aqueles tidos como seus piores álbuns, contém algumas faixas excelentes, ou ao menos dignas de nota.

Nessa primeira parte falamos sobre os discos iniciais do quinteto, gravados durante os anos 60. Essa é uma época riquíssima que os viu passarem de banda que gravava clássicos da música americana, para uma máquina de singles insuperáveis para chegarem ao final década como reis indiscutíveis do rock’n’roll mundial.

Para o colecionador o maior problema em se montar uma discoteca da banda está no fato de até hoje, as discografias americana e britânica não terem sido unificadas em formato físico – ao contrário do visto com os Beatles. O alento é que todo o material lançado por eles pode ser encontrado no mercado em vinil ou CD – ainda que, por vezes, em fontes diversas – e ao menos em formato digital, é possível se ouvir todos os discos da forma como foram lançados originalmente, seja nos EUA ou no Reino Unido.

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The Rolling Stones – 1964

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Rolling Stones
The Rolling Stones

Depois de três singles de relativo sucesso, os Stones chegaram ao primeiro álbum. levando apenas o nome da banda, o álbum era composto basicamente por versões de clássicos e obscuridades do blues, rock e R&B americanos tocadas de forma crua – um estilo de gravação que influenciaria todo o rock de garagem que se viu surgir posteriormente.

Completam o pacote duas faixas escritas por um tal “Nanker Phelge” – um pseudônimo usado para as composições coletivas e a balada “Tell Me (You’re Coming Back)“, a primeira gravação da dupla “Jagger/Richards”.

A capa, trazendo apenas uma foto dos cinco em pose séria – parte da estratégia de colocá-los como os “anti-Beatles” também tornou-se clássica. Os americanos, por sua vez, não quiseram arriscar e preferiram dar um título ao disco (“England’s Newest Hit Makers”) ainda que a foto tenha sido mantida. No repertório apenas uma mudança com “Mona (I Need You Baby)“, dando espaço para “Not Fade Away“, o primeiro single deles que chegou no top 5 no Reino Unido. Atualmente apenas a versão americana do álbum pode ser encontrada em CD.


The Rolling Stones No. 2 – 1965

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The Rolling Stones No. 2

O segundo disco da banda é uma espécie de irmão gêmeo do primeiro. Desde a capa – novamente com os cinco em pose séria – ao repertório composto por versões e algumas poucas composições próprias – “Off The Hook” sendo, de longe a melhor delas. O maior destaque vai para “Time Is On My Side“, um dos grandes clássicos deles nessa primeira fase.

Como as edições em CD da banda se basearam nos discos americanos, “2”, nunca teve um lançamento nesse formato. A maioria de suas faixas podem ser encontradas nos CDs “12X5” e “The Rolling Stones, Now!“.


Out Of Our Heads – 1965

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Out Of Our Heads

Apesar de seguir baseado em covers, esse disco começa a marcar uma guinada no som da banda, com a soul music marcando mais presença do que o blues e o rock’n’roll. As canções de Jagger e Richards também mostram claro sinal de amadurecimento – vide “I’m Free“.

Vale lembrar que foi a partir de 1965 que eles passaram a lançar singles autorais – “The Last Time” foi o primeiro deles e “(I Can’t Get No) Satisfaction” o segundo.

Tanto a versão americana, quanto a inglesa do álbum saíram em CD.

Rolling Stones
Out of Our Heads (US)

A edição dos EUA, que saiu primeiro, tem metade das faixas da edição britânica, músicas que já haviam saído em compacto e “One More Try” que demoraria um bom tempo para ser ouvida pelos ingleses.

A foto da capa britânica foi usada em outro álbum americano. “December’s Children…“, tinha algumas faixas do “Out of Our Heads” inglês, canções que saíram em compacto na Inglaterra e duas inéditas no Reino Unido (“Look What You Done” e “Blues Turns To Grey“).


Aftermath – 1966

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Aftermath

O primeiro álbum composto apenas por músicas originais é um dos melhores, senão o melhor, dessa fase inicial. O nível do material sobe muito e eles se abrem para outros estilos – “Mother’s Little Helper” tem toques de folk rock e da ainda nascente psicodelia e “Lady Jane” surpreende com suas inflexões medievais.

O álbum também é lembrado por ser o disco da banda em que Brian Jones mais brilhou. O guitarrista tinha um talento especial para tocar os mais variados instrumentos, incluindo aqueles que nunca tinha visto. Isso explica o uso de saltério, marimba ou koto nas canções.

A versão original do álbum tem 14 faixas. Nos EUA, quatro músicas foram suprimidas e o single “Paint It Black” adicionado. Ambas as versões saíram em CD.


Between The Buttons – 1966

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Between the Buttons

Um disco estranho e à princípio não muito compreendido, mas que hoje tem um lugar no coração dos fãs e dos críticos, “…Buttons” é daqueles álbuns que podem sempre ser redescobertos.

Aqui os Stones investem ainda mais na psicodelia, criam algumas baladas excelentes – “She Smiled Sweetly“, “Backstreet Girl” e “Who’s Been Sleeping Here” e brincam com o “music hall”, a canção de teatro tipicamente inglesa em “Something Happened To Me Yesterday.

Entre as canções mais roqueiras destaque para “My Obsession” e “Connection” a primeira música da banda a usar os vocais de Keith Richards de forma mais proeminente.

A versão inglesa do disco não tem nenhum sucesso, ou canção que tenha sido tocada frequentemente nos shows. A americana, por sua vez, tem “Ruby Tuesday” e “Let’s Spend The Night Together” que saíram em compacto no Reino Unido. As duas edições saíram em CD.


Their Satanic Majesties Request – 1967

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Their Satanic Majesties Request

De longe, o disco mais polêmico da banda. “Satanic” marca o auge do envolvimento da banda com a psicodelia. Para muitos fãs e críticos – e o próprio Mick Jagger – o álbum é um amontoado de ideias sem muito sentido ou direção, ou uma tentativa fracassada de tentar imitar os Beatles de “Sgt. Peppers”.

Mas há quem goste do clima aventureiro do disco, com a banda se permitindo arriscar e sair do lugar comum. O trabalho pode ser de fato irregular, mas um disco que tem “She’s A Rainbow” e “2000 Light Years From Home“, não pode nunca ser tratado com desdém.

Citadel” e “2000 Man” também são muito boas e “In Another Land” é a única composição do baixista Bill Wyman que foi usada em um disco de carreira da banda.

Vale lembrar também que esse álbum saiu em um momento conturbado, com Jagger, Richards e Jones sendo perseguidos pela justiça britânica – por conta do uso de drogas – e, com esse último se afundando cada vez mais em seu vício, que em breve lhe seria fatal. O álbum também é o primeiro feito sem a ajuda do empresário e produtor Andrew Loog Oldham, figura fundamental na história da banda, que Jagger e Richards tendem a menosprezar. Finalmente, a partir daqui os discos dos Stones passaram a sair da mesma forma nos EUA e Inglaterra.


Beggars Banquet – 1968

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Beggars Banquet

A primeira obra-prima indiscutível dos Stones, “Beggars Banquet ” é daqueles álbuns fundamentais e eternos. O experimentalismo é deixado de lado e a banda volta a fazer o que saber de melhor: rock básico fortemente influenciado por blues e soul.

A música country também se faz presente e o nosso samba foi influência decisiva em “Sympathy For The Devil” – Jagger e Richards passaram férias no Brasil em 1968.

O álbum também seria o derradeiro deles a contar com a presença de Brian Jones.

Como pode ser visto ans cenas do filme “Sympathy For The Devil” de jean Luc Godddard, que mostra a banda em estúdio gravando a música em questão. O guitarrista já estava praticamente excluído da banda, e seu avançado vício em drogas pesadas o deixou praticamente impossibilitado de tocar qualquer instrumento. Ele acabaria demitido da banda que ajudou a fundar e morreria afogado em sua piscina em julho de 1969, em condições que, ainda hoje, levantam discussões.

A “capa do banheiro” foi censurada pela gravadora na época e por anos o disco veio embalado em uma capa branca que simulava um convite de casamento. A versão original só foi ser usada a partir da década de 80, quando os discos da banda ganharam suas primeiras edições em CD.


Let it Bleed – 1969

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Let It Bleed

A chamada “fase de ouro” da banda, tem sequência com esse disco – outro álbum fundamental da história do rock.

O trabalho é o primeiro feito sem Jones. O substituto, Mick Taylor, só aparece em duas faixas, com Keith assumindo praticamente sozinho as guitarras.

O fato é que nenhum disco dos Stones tem tantos clássicos quanto esse. Uma curiosidade: “Country Honk“, a versão country do single “Honky Tonk Women” lançado alguns meses antes não é uma brincadeira.

Na verdade, a faixa nasceu mesmo com uma pegada country, antes que a banda decidisse rearranjá-la criando assim uma de suas canções mais eternas – e que desde então sempre foi presença obrigatórias nos shows.

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