Jeremy Clarkson, à direita, não terá contrato renovado com a BBC
Jeremy Clarkson, um dos apresentadores do programa “Top Gear”, não terá seu contrato renovado com a emissora britânica BBC, por ter agredido fisicamente um produtor. A decisão foi revelada nesta quarta-feira (25) pelo diretor geral da BBC, Tony Hall.
Em anúncio oficial, Hall disse que a decisão não foi fácil e que ela “dividiria opiniões”. Mas ele ressaltou que “não poderia ser conivente com o que aconteceu” e que Clarkson “passou dos limites”.
O apresentador foi suspenso no dia 10 de março após uma briga com o produtor Oisin Tymon em um hotel de Yorkshire. A discussão teria ocorrido porque Clarkson não recebeu comida após as gravações do dia.
A BBC realizou uma investigação interna sobre o caso, que concluiu que Tymon foi agredido física e verbalmente pelo apresentador. Segundo informações da emissora, o produtor foi levado ao hospital após ser atingido por um soco, que fez seu lábio sangrar e ficar inchado. Ele ainda foi ameaçado de demissão por Clarkson. A agressão durou cerca de trinta segundos e acabou após a interferência de uma testemunha. Mais tarde, o apresentador comunicou o ocorrido à direção da BBC e tentou se desculpar com o produtor.
Polêmicas
O comandante do “Top Gear” foi advertido em maio pela emissora, depois da divulgação de um comentário contra negros, feito durante a gravação de um programa.
Outra polêmica protagonizada por Clarkson aconteceu em outubro passado, quando utilizou um carro com a placa H982 FLK, durante uma filmagem na Argentina. O governo do país sul-americana interpretou a sigla como uma referência a Guerra das Malvinas (Falkland, em inglês), ocorrida em 1982 e vencida pelos britânicos.
Este programa, que teve como consequência uma queixa formal ao governo do Reino Unido por parte da embaixadora argentina em Londres, foi exibido no Natal passado e teve audiência recorde de mais de sete milhões de espectadores.
Além disso, Clarkson chegou a causar polêmicas por declarações depreciatiavas aos asiáticos em 2014 e aos mexicanos em 2011. Além disso, chegou a chamar de “egoístas” as pessoas que se suicidam em linhas de trem, e recomendou que trabalhadores em greve fossem mortos a tiros.
Até hoje, a “BBC” manteve o apresentador, um dos mais lucrativos e o de maior audiência da emissora, apesar das advertências quanto a seu comportamento. Neste ano, o diretor Tony Hall, chegou a defender que Clarkson era uma “voz diferente”.
*Com informações da agência EFE