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Cinema

Novo “bom amigo” de Spielberg, Mark Rylance adiou a parceria por 30 anos

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Mark Rylance era um jovem admirado ator de teatro em Londres quando recebeu um convite para atuar em “O Império do Sol” (1987), drama sobre a Segunda Guerra que Steven Spielberg estava se preparando para rodar em locações na Ásia. Intimidado pelo tamanho da produção e o peso dos nomes envolvidos – o diretor já era considerado um Midas em Hollywood à época – o ator britânico gentilmente declinou da oferta.

A recusa talvez tenha adiado em quase 30 anos a história de uma frutífera amizade que começou recentemente no set de “Ponte dos Espiões” (2015), drama de guerra e espionagem que deu a Rylance o Oscar de melhor ator coadjuvante deste ano. E que se consolidou durante as filmagens de “O Bom Gigante Amigo”, nova aventura infantojuvenil do diretor de “E. – O Extraterrestre”, que chegou aos cinemas brasileiros neste fim de semana.

“Acho que descobrimos uma admiração mútua desde o nosso primeiro contato, mas só tive certeza disso mais tarde, porque Steven costuma ser amistoso com todo mundo”, lembrou Rylance durante o Festival de Cannes, logo após a estreia mundial de “O Bom Gigante Amigo”. “Quando ele me mostrou o roteiro de ‘BGA’, ainda quando filmávamos ‘Ponte dos Espiões’, pensei que estivesse apenas querendo a minha opinião. Não tinha a menor ideia que ele estava me oferecendo um papel nele”.

Amizade fora do set

Divulgação

Novo "bom amigo" de Spielberg, Mark Rylance adiou a parceria por 30 anos
Mark Rylance em cena de “Ponte dos Espiões”, primeira parceria com Spielberg

O fato é que os dois já têm dois novos projetos juntos encaminhados, a ficção científica “Ready Player One”, que começa a ser rodada ainda este ano, e o drama de época “The Kidnapping of Edgardo Mortara”, que começa a sair do papel no ano que vem. Spielberg confessa que não costuma fazer amigos íntimos entre seus atores. Richard Dreyfuss (“Tubarão” e “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”) e mais recentemente Tom Cruise (“Minority Report” e “Guerra dos Mundos”) talvez sejam exceções.

“Tenho sorte de ter conhecido Mark, cujo trabalho admiro há muito tempo. Tenho mais sorte ainda de termos nos tornado amigos próximos”, disse o diretor de 69 anos em Cannes. “Conheci  muita gente ao longo de 44 anos de trabalho em TV e em cinema, mas não trouxe muitas pessoas com quem trabalhei para dentro da minha vida. Respeito muito o Mark, mas também descobri que nos divertimos muito como amigos, como companheiros”.

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Spielberg tem orgulho de sua intuição como escalador de elenco, e há muito tempo desejava trabalhar com o ator britânico, ganhador de três prêmios Tony, o Oscar do teatro americano, e dois prêmios Olivier, o prêmio máximo dos palcos ingleses. Diz que foi uma experiência fantástica ver Mark sair da pele do retraído e emotivo Rudolf Abel de “Ponte dos Espiões” para o expansivo e generoso personagem-título de “O Bom Gigante Amigo”.

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Rylance retribuiu o elogio: “Steven é um diretor muito encorajador. Ele nos diz imediatamente quando gosta de algo que fazemos. Faz o mesmo quando alguma coisa o desagrada. Ele sempre chega ao set bem preparado. Muita coisa acontece nos bastidores de um filme como ‘O Bom Gigante Amigo’, e ele arrisca sempre que pode. Steven não tem medo de errar, o que faz eu me sentir mais corajoso em cena”.

Captura de movimento

Em “O Bom Gigante Amigo”, Rylance empresta a voz e as expressões corporais a um gigante de bom coração, que se vê obrigado a raptar uma órfã (Ruby Barnhill) e levá-la para sua terra. Adaptação do best-seller infantojuvenil de Roald Dahl, o filme combina a atuação de atores de carne e osso com animação e técnicas de captura de movimentos. Foi o primeiro contato do veterano ator de teatro com o cinema digital, experiência na qual passou com louvor.

“Esse tipo de tecnologia faz o set ficar mais parecido com o ensaio de uma peça”, comparou o ator, que vestiu roupas especiais e atuou contra cenários vazios, pintados de verde. “Assim como no teatro, eu não precisava me preocupar com o olhar da plateia. Trabalhávamos com marcações e adereços de cena. Às vezes, nem isso, bastava a imaginação. O foco era a dinâmica do que está acontecendo entre os personagens. Steven tinha o trabalho de colocar as câmeras onde achasse mais conveniente.”

Oscar e novos projetos

A vitória no Oscar impulsionou a carreira cinematográfica do ator. Depois de Cannes, Rylance rumou ao set de “Dunkirk”, o novo filme de Christopher Nolan (“Batman, o Cavaleiro das Trevas”), que está sendo rodado próximo às locações onde Spielberg filmou “O Resgate do Soldado Ryan”(1998). Na sequência, ele filma “Ready Player One”, suspense de ficção científica baseado no romance de Ernest Cline, sobre uma sociedade distópica em que usuário de um videogame competem pela herança do criador de um jogo virtual.

Outro filme com potencial para controvérsia é “The Kidnapping of Egardo Mortara”, ambientado na Itália do século 19. “Vou interpretar o Papa Pio 6º”, contou Rylance. “É a história de um bebê de uma família judia que foi batizado em segredo pela governanta da casa, temendo que ele morresse pagão. Seis anos depois, ela confessou o ato ao padre da paróquia local, e então a Igreja Católica achou que deveria tirar a criança da família. Acredite ou não, é inspirado em um caso real”.

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