- Reprodução/Instagram/sabrinapetraglia/
Sabrina aprendeu a mancar com a ajuda de uma professora de consciência corporal Há dois meses no ar como a mocinha Shirlei em “Haja Coração”, Sabrina Petraglia está num momento bem diferente de sua personagem. Enquanto a feirante da trama global das 19h vive em sofrência total, a atriz aproveita ao máximo o carinho do público desde virou a queridinha da novela de Daniel Ortiz. Sua dedicação para viver Shirlei, no entanto, tem um preço: como a personagem manca por conta de um problema no quadril, sua intérprete também foi parar na fisioterapia.
“Nos dias que gravo muito andando, meu joelho fica cansado, o meu lado direito fica todo desalinhado e por isso faço sessões de fisioterapia. Shirlei é um presente que recebi e tem me feito tão bem que quero me engajar mais nessa luta contra o preconceito com relação a deficientes. As pessoas me escrevem contando as histórias e isso tem mexido comigo”, conta Sabrina.
Assumidamente perfeccionista e do tipo de atriz que mergulha no universo da personagem, ela buscou vários elementos para compor a feirante. “Fui ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, na parte ortopédica, e fiquei uma tarde sentada lá, observando as pessoas. Também pedi ajuda para um grupo de meninas que sofrem o mesmo problema da Shirlei”, conta a atriz, que contratou uma professora de consciência corporal para aprender a mancar.
Artur Meninea/Globo
Mas foi uma botinha ortopédica que se tornou sua maior aliada na composição de Shirlei. “Achei um modelo meio retrô que entrou na lista de itens do guarda-roupa [da novela]. Ela só tem uma diferença de três centímetros de um pé para outro. A diferença é pouca, mas suficiente para me lembrar que tenho que mancar.”
Na história, a deficiência física da feirante a transforma em alvo de preconceito, abalando sua autoestima. “Eu acho que a Shirlei se acha uma pessoa normal. Quem aponta que ela não é normal são os outros, e é esse julgamento que a machuca”, analisa a atriz. A doçura da personagem e sua trajetória, que ganhou ares de fábula, causaram a empatia imediata do público. “Essa história de sapatinho perdido que marcou o início do romance dela com Felipe [Marcos Pitombo] foi bem legal. As pessoas ficaram encantadas e agora olham para mim nas ruas com uma expressão amorosa e um sorrisão aberto. Em seguida, eles querem logo saber se eu tenho mesmo uma deficiência na perna.”
Antes de “Haja Coração” — uma releitura de “Sassaricando” — Sabrina interpretou Itália em “Alto Astral” e fez participações em “Passione” e “Flor do Caribe”. Aos 33 anos, formada em jornalismo, ela lembra que poucos anos atrás tinha “uma vidinha pacata, com emprego fixo, bom salário e casamento marcado”, mas que seu destino mudou depois de levar um fora do parceiro de sete anos. “Quando ele me deixou, o meu mundo caiu porque estava depositando a minha felicidade naquele relacionamento e também estava infeliz na profissão. Tudo péssimo, aí me perguntava o que eu deveria fazer para ser feliz e decidi escutar uma voz que veio de dentro de mim: teatro. Larguei tudo e fui à luta”.
Reprodução/Instagram/sabrinapetraglia
Há dois anos e meio, a atriz mantém um relacionamento à distância com um engenheiro que mora no Chile. “Eu quero oficializar essa união, ter o nosso cantinho, mas eu não sei quando. Não posso abrir mão do meu trabalho, da minha vida aqui. E o mesmo acontece com ele lá. A gente vai levando.”
Na TV, para os próximos capítulos de “Haja Coração”, Sabrina adianta que sua personagem fica cada vez mais apaixonada por Felipe, só que Adonis (José Loreto) também passa a ver Shirlei com outros olhos. “O jogo vai virar. Acho que vamos ter um triângulo por aí.”
