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Cinema

“Invocação do Mal” brasileiro? “O Caseiro” faz suspense sem susto gratuito

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Há uma casa herma e mal-assombrada. Um caça-fantasmas cético que acaba convencido de que a ameaça é real. Uma criança misteriosa, dona de uma boneca assustadora e de estranhos poderes.

Clássicos, todos esses elementos podem ser encontrados na série “Invocação do Mal” e, agora, também em “O Caseiro”, mais recente exemplar nacional do gênero suspense.

Dirigida pelo novato Julio Santi, a história acompanha o professor de psicologia Davi (Bruno Garcia), um estudioso que decide ajudar uma família a desvendar fenômenos paranormais em um sítio onde um antigo funcionário havia morrido.

Apesar das inegáveis semelhanças com a história de James Wan, a trama se desenvolve intercalando pequenos acontecimentos que, aos poucos, vão ganhando grande proporção. A estratégia do suspense clássico: menos sustos e mais sugestões.

Segundos os produtores, que dizem não se incomodar com comparações, o longa estaria estaria mais para a linhagem “psicológica” de “O Sexto Sentido”, “Os Suspeitos” e “Revelação”.

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Reprodução/Facebook

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“Invocação do Mal” brasileiro? "O Caseiro" faz suspense sem susto gratuito
O cineasta Julio Santi, 29

“Há inúmeros filmes com boneca e casa mal-assombrada. Não foi algo que começou com ‘Invocação do Mal'”, pondera  Santi, que vê e a crítica mais exigente com ele, que está começando, do que com diretores já com certa estrada.

Buscar a originalidade fugindo de elementos clássicos do terror era uma alternativa, que ele inclusive promete evitar no próximo trabalho, mas há aí uma importante ressalva: isso poderia criar rejeição entre o público deste tipo de filme, ainda pouco explorado no país.

“Até hoje, por exemplo, não acho que uma boneca seja um clichê. Boneca está no imaginário popular. Toda menina tem uma. É um clichê porque todo mundo usou? ‘Invocacão do Mal 2’, então, está cheio deles, e ninguém fala sobre isso.”

Em que pese as comparações com o filme de Wan, algo, no entanto, foi assumidamente feito de caso pensado. Lançar “O Caseiro” na última quinta (23), duas semanas após o longa americano chegar às telas brasileira, é uma forma de angariar parte do interesse criado nas plateias.

Limitado ao circuito de “filme de gênero”, “O Caseiro” estreou em apenas 61 salas de cinema no Brasil, contra 782 de “Invocação do Mal 2”. Ainda assim, a história desenvolvida por por Santi e o produtor João Segall conseguiu entrar no top 10 de bilheterias do fim de semana no país, com pouco menos de 5.000 espectadores.

Com orçamento enxuto, cerca de R$ 1,6 milhão, ambos precisaram fazer parte do elenco de apoio do filme. A crítica, no geral, aceitou bem a produção, com notas variando entre 60% e 70% de aprovação.

“Eu não gosto de falar que o público brasileiro tem preconceito com suspense ou terror. Acho que se você der uma chance, ele também vai gostar. Acho que a gente, o realizador, precisa ter mais maturidade e cuidado para escolher nossos projetos, de contar histórias que as pessoas realmente gostem de ver”, entende João Segall.

Roteiro feito “por esporte”

Segundo os cineastas, a ideia do filme partiu de um argumento escrito por Julio Santi e o irmão Felipe “por esporte”, sem grandes pretensões de filmar. Bateram de porta em porta e levaram alguns “nãos” até chegar à produtora Rita Buzzar, que apostou no projeto.

“O Julio entrou em contato dizendo que tinha um roteiro de suspense, que queria muito que eu fizesse. Achei interessante. Porque são raros os diretores que me procuram sem em conhecer para fazer trabalhos que não sejam de comédia. Eu me encantei pelo roteiro”, diz o ator Bruno Garcia.

No filme, ele contracena com Malu Rodrigues, Denise Weinberg e Leopoldo Pacheco. “Apesar de você identificar certas ideias, eu acho que é um filme bem original de suspense psicológico, com características bem brasileiras. As pessoas ficam tensas com ele. Aparentemente não acontece nada, mas você o tempo todo na expectativa de acontecer.”

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