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Cinema

Cineasta cria “Chaves” brasileiro com aprovação do filho de Roberto Bolaños

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Clássico da TV mexicana, “Chaves” é exibido no Brasil desde 1984 pelo SBT, sempre com reprises. Um cineasta mineiro, porém, teve a ideia de recriar a vila onde Chaves e seus amigos moram em um curta-metragem inédito, chamado “Moleque”, publicado nesta semana no YouTube.

A “vila do Chaves” brasileira fica em uma comunidade de Santa Efigênia, bairro de Belo Horizonte (MG). Dirigido por Marcos Pena, fã de “Chaves”, “Moleque” mostra a chegada do garoto órfão ao cortiço e tem praticamente todos os personagens da série de TV, mas com nomes diferentes.

Chaves, no curta-metragem, é Moleque porque significa “Chavo” em espanhol (a série mexicana se chama “El Chavo”, mas o nome do garoto nunca foi revelado por seu criador, Roberto Gómez Bolaños). Quico virou “Fred” (adaptação de Frederico, nome original do personagem). Chiquinha, também chamada de Francisquinha, é Fran no filme.

Entre outras mudanças, Dona Florinda virou Flora e Seu Madruga, um dos personagens mais queridos pelos brasileiros, é Soneca. “Quando adaptaram Don Ramón [nome original de Seu Madruga] na dublagem brasileira, os dubladores achavam que ele tinha cara de sonolento. Adaptei para Soneca, mas ele se apresenta como Ramón”, afirma Marcos Pena.

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Filme não tem ‘sem querer querendo’

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Cineasta cria “Chaves” brasileiro com aprovação do filho de Roberto Bolaños

Formado em Cinema, Marcos Pena trabalhava como editor na TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, quando foi convencido a voltar a fazer filmes. O diretor de 36 anos teve a ideia de adaptar uma de suas paixões, “Chaves”.

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Em “Moleque”, Chaves, Quico e Chiquinha são interpretados por crianças de verdade, ao contrário da série, em que adultos fizeram os papéis infantis. “A maior dificuldade foi adaptar essa história para a realidade brasileira, tirar a caricatura teatral da série, com adultos interpretando crianças, e transportar para uma vila real, com crianças de verdade”, explica.

Enquanto Soneca é muito parecido com o Seu Madruga da TV, Sr. Barriga é completamente diferente do ator mexicano Edgar Vivar. No curta, o cobrador (sem nome) é negro, não usa terno e ostenta correntes de ouro. Segundo Pena, ele foi inspirado em um mineiro que alugava casas em uma vila de Belo Horizonte.

Outros personagens, como Professor Girafales, Nhonho e Jaiminho, o Carteiro, aparecem discretamente. A ideia do diretor é produzir mais episódios assim que tiver patrocínio. O figurino de “Chaves” foi adaptado para o curta (Moleque usa uma touca em vez de um chapéu”, por exemplo), e bordões como “foi sem querer querendo” foram praticamente abolidos.

“Duas coisas que eu não queria: adulto batendo em criança e não queria escrachar com bordões para não ficar muito copiado. Queria basicamente ‘Chaves’ como pano de fundo”, justifica.

“Moleque” foi aprovado pelo filho de “Chaves”

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Produzido em parceria com a Guerrilha Filmes, “Moleque” tem apoio da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e custou R$ 65 mil. Para escrever o roteiro, em 2014, o diretor escolheu cenas de episódios marcantes, como “A Sociedade” (1978), em que Seu Madruga vende churros), e a história mais antiga em exibição atualmente, “Remédio Duro de Engolir” (1972).

“Li até teoria de conspiração de Chaves, mas é muita viagem. Tentei pegar os melhores episódios e mixar. Além disso, me lembrei de um episódio que mostra como Chaves chegou à vila, descalço, e Seu Madruga deu um par de botas para ele”, conta Pena.

O curta foi selecionado para festivais na Espanha, Argentina, Índia, Malta e Estados Unidos. Em breve, irá para a Bolívia. Também foi exibido em São Paulo e Pernambuco, porém o cineasta lamenta a falta de espaço em eventos brasileiros: “A temática infantil não é muito vista em festivais. Pessoal gosta mais de filmes ‘cabeça’ e não curte filmes para crianças”.

Pena tem sonho de exibir seu filme no SBT (ele não trabalha mais na Alterosa). Em um de seus contatos com a direção da emissora, foi sugerido a Pena enviar o curta a Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños e responsável por “Chaves” após a morte do pai, em novembro de 2014. Para surpresa do cineasta, o mexicano assistiu ao filme e aprovou o conteúdo.

“Ele disse: ‘Gostei e está liberado’. Não preciso nem pedir direitos, porque curta-metragem não tem vínculo comercial. Falou: ‘Pode rodar onde você quiser, porque não é o Chaves, e sim uma adaptação’, comemora.

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