O apresentador, ator e produtor musical Luiz Carlos Miele, 77 anos, teve um mal súbito e foi encontrado morto na manhã desta quarta-feira (14) em sua casa em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo a empresária de Miele, ele e a mulher, Anita, saíram para jantar na noite de terça-feira com amigos. Ao acordar nesta quarta-feira, Anita encontrou o marido caído no chão.
O velório ocorrerá a partir das 7h de quinta-feira na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, no Centro, e será aberto ao público. O corpo será enterrado no Cemitério do Caju, às 14h.
Nesta quarta-feira, Record e SBT divulgaram notas de pesar, lamentando a morte do artista e lembrando a atuação dele em “Escolhinha do Barulho” (2003) e “Cidadão Brasileiro” (2006), e em “Cocktail” (1991), respectivamente.
Luiz Carlos Miele nasceu no dia 31 de maio de 1938, em São Paulo. Filho da atriz e cantora Irma Miele, frequentava o ambiente de emissoras de rádio e televisão desde pequeno. Aos 12 anos, participou do programa “Meu Filho, Meu Orgulho”, na Rádio Excelsior de São Paulo. Também trabalhou na rádios Tupi e Nacional.
Em 1959, mudou-se para o Rio, onde conheceu o compositor Ronaldo Bôscoli, com quem formou a dupla Miele & Bôscoli, responsável pela pela direção e produção de diversos espetáculos. Atuante na bossa nova, foi um dos criadores do modelo de apresentação “banquinho e violão”. Como produtor, trabalhou com artistas como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Agnaldo Timóteo e Alcione.
O “showman”, como era chamado, começou a trabalhar na TV há mais de 60 anos. Eu estava na rádio Tupi quando chegou a televisão no Brasil. Lembro-me que um diretor falou, em uma das primeiras transmissões ao vivo, manda esse garoto parar de passar na frente da câmera. Eu era o garoto e passei na frente da câmera de calça curta. Daí alguém falou, ‘a TV brasileira dá os primeiros passos’. E os primeiros passos da TV foram as minhas pernas”, lembrou.
Buscando sempre se reinventar na carreira artística, Miele dizia ter um arrependimento na vida: o programa “Cocktail”, exibido no SBT entre 1991 e 1992. “Isso foi um mau passo da minha carreira. Aquilo era muito ruim. Eu fiz, mas não que eu tenha gostado”, disse em entrevista em 2012.