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Com Santoro e Banderas, “Os 33” mostra abertura de Hollywood para latinos

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Antonio Banderas gosta de dizer que o set de “Os 33” era algo assim como a ONU dos atores. Não há exagero na imagem cunhada pelo ator espanhol de 45 anos, protagonista do filme que estreia no Brasil quinta-feira (29), na pele do mineiro Mario Sepúlveda, líder informal dos 33 trabalhadores retirados com vida das profundezas da mina de carvão e ouro de San José, em 2010.

A versão para o cinema do drama que comoveu milhares de espectadores em tempo real há cinco anos é dirigida por uma mexicana, Patricia Riggen, de “Garota em Progresso” (2012). E um dos primeiros pedidos da diretora foi o de convocar atores com passaportes dos mais diversos países, notadamente América Latina e Espanha, para as filmagens na Colômbia e no deserto do Atacama, no Chile.

Marcelo Hernandez/Atonchile/AFP Photo

Com Santoro e Banderas, "Os 33" mostra abertura de Hollywood para latinos

Rodrigo Santoro e Antonio Banderas posam com os mineiros chilenos que inspiraram o filme “Os 33”, durante pré-estreia em Santiago do Chile, em agosto

Com Santoro e Banderas, "Os 33" mostra abertura de Hollywood para latinos“Queria enfatizar o caráter internacional de uma história que é, ao mesmo tempo, importantíssima para o Chile contemporâneo, trata da solidariedade entre trabalhadores latino-americanos em uma situação-limite e foi acompanhada com atenção pelos quatro cantos do mundo. Disse aos produtores que estaria seguindo a coerência deles, de escalarem uma diretora hispânica para comandar as filmagens. O momento em Hollywood para atores de origem latina é, de fato, singularíssimo”, diz Riggen.

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Seu filme realmente é um exemplo concreto de algo que atores como Sofia Vergara, Javier Barden, Penélope Cruz, Gael García Bernal e Zoe Saldana já vinham demonstrando: Hollywood está cada vez mais se abrindo para os latinos.

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Além de Banderas, um dos primeiros atores de origem ibérica a explodir em Hollywood, ainda nos anos 1990, a diretora convocou para atuar ao lado do americano Lou Diamond Phillips, do irlandês Gabriel Byrne e da francesa Juliette Binoche uma seleção de profissionais cuja língua-mãe é ou o castelhano ou o português.

Rodrigo Santoro vive um político do gabinete conservador do então presidente Sebastián Piñera. A chilena Cote de Pablo e a mexicana Kate del Castillo são duas das mulheres dos mineiros, ao lado de Binoche no comando da pressão para o resgate de seus amados. O colombiano Juan Pablo Raba e o galã espanhol Mario Casas são dois dos 33 mineiros do título. E, aspecto não menos importante, o filme, distribuído nos EUA e na América Latina pela Fox, é falado em inglês.

“Posso citar dois aspectos fascinantes do set para mim. Um foi o de Juliette Binoche e Gabriel Byrne estudando o sotaque que deveriam ter no filme, já que todos usávamos um inglês específico, a nossa língua-franca naqueles dias”, diz Del Castillo. “O outro é o fato de estarmos todos juntos, no mesmo hotelzinho pequenino no deserto e de não haver, jamais, qualquer diferença entre nós. Éramos todos colegas e era apenas uma informação a mais o fato de eu ser uma fã declarada da Juliette”, conta a atriz, rindo.

Santoro lembra dos jantares em conjunto e de como o fato de os sets serem todos isolados possibilitaram uma experiência inédita em sua carreira, a de passar noites a fio falando sobre arte com Byrne, apreciando a culinária de Phillips e conversando em espanhol e inglês com os colegas.

“Veja bem, o filme é em inglês por conta das particularidades do mercado e da indústria do cinema, mas nosso objetivo era a autenticidade”, explica o produtor Mike Medavoy (“Cisne Negro”, “A Grande Ilusão”), que viveu no Chile e queria contar a história pela ótica dos mineiros e suas famílias. “Por isso a decisão de filmar em minas de verdade na Colômbia e no deserto do Atacama, nas proximidades de onde a tragédia ocorreu. E, se foi tão complicado encontrar minas que permitiriam uma equipe de filmagem de porte permanecer debaixo da terra por semanas a fio, o outro lado da moeda, ou seja, escolher o elenco, buscar atores talentosos na região, foi bem mais tranquilo, com muitos inclusive com larga experiência em Hollywood”, diz.

É o caso de Santoro, que encarnará nos cinemas no ano que vem Jesus Cristo na revisão do clássico “Ben-Hur” pelo diretor russo Timur Bekambetov.

“‘Ben-Hur’ foi inesquecível, um desafio gigantesco, ainda não sei exatamente o que aconteceu lá. Foi uma escolha muito pessoal, eu fui convidado para o papel, e me joguei de corpo e alma. Não é mais um filme para mim. Sem entrar em religião ou fé, tive uma sensação muito clara de que o personagem chegou em uma hora importante para mim e minha trajetória”, diz o ator.

E ele veio imediatamente após “Os 33”, cujo roteiro foi elaborado ao mesmo tempo em que o premiado jornalista Hector Tobar, do “Los Angeles Times”, escrevia seu livro “Na Escuridão” (Objetiva). Estes foram os dois projetos eleitos pelos 33 mineiros, em conjunto, para contar pela primeira vez os dramas mais íntimos dos 69 dias em que passaram debaixo da terra, depois do desabamento que os isolou na mina de San José, em Copiapó, no norte do Chile, sem saber se uma equipe de salvamento tentaria retirá-los com vida do local enquanto a comida ia se acabando.

No filme, Santoro encarna o ministro das Minas e Energia do Chile, Laurence Golborne, que, de uma atitude passiva em relação à possibilidade real de resgate dos trabalhadores é contaminado pela determinação das famílias dos mineiros, especialmente da personagem vivida por Juliette Binoche, de assegurar a sobrevivência de seus amados.

“A produção foi extremamente cuidadosa, me enviou para Santiago, fui a uma cerimônia oficial no Palácio de la Moneda, conheci todos os mineiros e conversei por duas horas com Golborne. Não estava ali para copiar o gestual dele, para me aproximar da figura dele por ser eu, também, um sul-americano. O objetivo era entender de fato sua função política, administrativa e emocional no filme que a Patricia queria contar”, diz o ator.

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