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Feliz com resultado, Walcir comenta polêmicas em Verdades Secretas.

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walcir carrascoA Globo exibe nesta sexta-feira (25) o último capítulo de “Verdades Secretas”, novela de Walcyr Carrasco com direção-geral de Mauro Mendonça Filho. Uma produção que começou apresentando problemas no elenco. Deborah Secco, por causa da gravidez, abandonou o trabalho depois de já ter gravado várias cenas. Débora Falabella, que a substituiria, também não pôde viver Carolina, e a personagem foi parar nas mãos de Drica Moraes.

Mas, que chega ao fim como sucesso de crítica e de audiência, mesmo em uma faixa horária complicada. Walcyr Carrasco havia dito que os atores escalados para a novela fariam papéis diferentes de tudo o que já haviam realizado até agora. Não foi um exagero. Rodrigo Lombardi na pele do mau caráter Alex foi além do galã tradicional, e Grazi, como viciada em drogas, foram alguns desses casos.

Na entrevista a seguir, o autor fala sobre os temas polêmicos da novela, a escolha de Grazi, a conversa para “despir” Lombardi, e comemora: “Este foi um trabalho abençoado”.

Muitos leitores e internautas classificam “Verdades Secretas” como o seu melhor trabalho. O que o senhor pensa disso?
Walcyr Carrasco – Eu nunca penso sobre qual é o meu melhor ou pior trabalho porque não estou concorrendo comigo mesmo. Eu acho que todos nós somos educados para sermos “o melhor aluno”, “o melhor jogador de futebol”, “o mais elegante”. Enfim, existe uma educação que faz a gente concorrer consigo mesmo, que leva a um estado permanente de ansiedade e a um estímulo constante do ego. Eu procuro fugir disso. “Verdades Secretas” é um trabalho a que me entreguei de coração e que me emocionou profundamente, não só ao escrever, mas ao assistir a realização. Isso é o que importa.

Abordar temas polêmicos, como prostituição e drogas, colaboraram para o sucesso da produção? Aumentaram a discussão em torno dela?
Eu acredito que o público está, sim, preocupado em discutir a realidade, problemas que afetam as pessoas de uma maneira ou de outra. Eu já vi de perto o problema do crack. Mas mesmo quem não viu, no âmbito familiar, acaba passando em um lugar, seja em São Paulo, ou numa cidade do interior, vê um craqueiro e se pergunta: ‘Como essa pessoa chegou a isso?’. Da mesma maneira, as pessoas tendem a olhar só o lado glamoroso do mundo da moda, da fama. É importante para elas saber que existe um outro lado, obscuro. E que pode estar mais perto do que elas mesmas imaginam. Por isso mesmo, eu discuto muito a questão da educação no Brasil. Não basta pensar apenas em termos técnicos, exatos, deixar realizar Olimpíadas de Matemática e tudo mais. Mas encontrar maneiras de transmitir e discutir valores, ética, o que se consegue com a discussão, o debate.

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Aliás, em relação ao book rosa, o senhor chegou a ser ameaçado por alguém, por algum dono de agência?
De maneira alguma. Em segredo, muitos donos de agência me cumprimentaram, porque tive coragem de mostrar um [outro] lado da realidade. Veja bem, há donos e donos de agência honestos que de repente são até pressionados por clientes para fazerem o que não querem.

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Reprodução/Instagram/walcyrcarrasco

Verdades Secretas

Walcyr (à dir) e o diretor Mauro Mendonça Filho: “Cumplicidade total e absoluta”

Verdades Secretas
Como foi mais essa parceria com Mauro Mendonça Filho? Qual a importância do diretor para todo esse contexto?
Eu e Maurinho temos uma cumplicidade total, absoluta. A direção dele foi magnífica e meu texto, sem a realização dele, não teria vibrado dessa maneira. Foi fundamental. O Maurinho foi um parceiro na realização, na concepção e na coragem também. Porque nós, eu e ele, assim como os atores, mergulhamos com coragem no universo dos personagens.

O senhor usa muito as redes sociais. Essa mídia foi favorável à novela? 
Não sei dizer. Eu adoro as redes sociais, mas é uma questão pessoal. Adoro o debate, adoro ver o que realmente toca as pessoas. Veja bem, um autor é um sujeito chato que sai pouco de casa, justamente porque passa horas escrevendo. Estar nas redes sociais é permanecer em contato com o mundo.

O senhor tem uma ideia de quantas pessoas disputaram o posto ocupado por Camila Queiroz?
Não houve disputa, mas procura. Nós procuramos, sim, intensamente, uma garota com as características da personagem. E aí surgiu a Camila, e no momento que ela apareceu, eu e o Maurinho dissemos: ‘É ela!’

Quando o senhor teve certeza que Grazi Massafera iria funcionar no papel? A partir de que momento?
Nós realizamos um teste somente entre atrizes profissionais para o papel, porque exigia uma entrega muito grande, uma desconstrução de imagem, até. Mas no momento em que vi o teste dela, eu já sabia que só podia ser a Grazi.

Mesmo exibida muito tarde, o balanço da novela superou suas expectativas?
Sim, porque teve uma enorme repercussão. Não é só uma questão de números de audiência porque hoje as pessoas veem TV de várias maneiras, inclusive via internet. Todo mundo sabia o que estava acontecendo em “Verdades Secretas”. Inclusive às vezes eu passava, no aeroporto, por exemplo, e ouvia duas pessoas, no próprio detector de metais debatendo se uma colega fazia book rosa, ou não. Ou mulheres conversando na fila do supermercado. Hoje todo mundo fala em book rosa. A expressão saiu das agências, virou um sinônimo para fazer programa.

Houve algum arrependimento?
Não. Este foi um trabalho abençoado. Eu sinto que além de uma boa história proporcionei discussões importantes, inclusive para os jovens.

Como foi “despir” Rodrigo Lombardi, ou seja, levá-lo a ir além da figura do galã?
Facílimo. Eu convidei o Rodrigo Lombardi e mesmo sem saber a história ele topou. Mas marcamos de nos ver e contei a história. Quando terminei, ele disse que tinha gostado. E eu respondi: ‘Puxa, também se não gostasse te dava uns tapas’. Ele riu. E fez esse trabalho incrível, entendeu perfeitamente o caráter desse empresário paulistano, Alex.

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