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Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade

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  • Reprodução/Instagram/henricastelli

    Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade

    Henri Castelli e a mãe de santo Neide

Ignorância, absurdo, caça às bruxas. Entre os famosos ouvidos pelo Popzone, casos de intolerância religiosa que têm ganhado as páginas do noticiário com frequência, seja em comentários ofensivos nas redes sociais ou agressões na vida real, mostram, de certa forma, que a sociedade está regredindo.

Em maio, o ator Henri Castelli enfrentou comentários negativos da própria ex, assessora de imprensa Juliana Despirito, quando publicou em sua conta no Instagram uma foto da filha, Maria Eduarda, vestida de baiana com sua mãe de santo, Neide Oyá, fundadora e dirigente do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb). O caso está sendo investigado, e Juliana será indiciada por intolerância religiosa.

Quando a menina Kailane Campos, de 11 anos, foi apedrejada na cabeça ao deixar um culto de candomblé, no Rio, Henri saiu em sua defesa. “Eu me pergunto: pra que isso? Que Deus é esse que está dentro das pessoas que praticam intolerância e preconceito. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou a ter amor ao próximo, praticar a verdadeira caridade, ajudar uns aos outros. Por que tanta agressividade? Vamos nos respeitar e nos amar independente da raça, classe social, religião ou opinião política”, escreveu o ator.

Divulgação

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Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade

“Parece que estamos na Idade Média. Se eu vir acontecer algum caso na minha frente, vou tomar uma atitude”, diz Cissa

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Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade A apresentadora Cissa Guimarães, que fazia o programa na TV “Viver com Fé”, do qual fez um livro, compara a intolerância religiosa a qualquer tipo de preconceito, que ela repudia fortemente. “Já disse aos quatro ventos que acredito em anjo da guarda, na mãe Oxum, adoro Jesus Cristo, faço meditação budista… Prego a liberdade em todos os sentidos. Não podemos deixar que aconteça esse absurdo, em pleno século 21, essa caça às bruxas. Parece que estamos na Idade Média. Se eu vir acontecer algum caso na minha frente, vou tomar uma atitude. Sou a primeira a falar, essa é a minha postura. Não tenho a menor paciência com qualquer tipo de intolerância. É uma questão de cidadania”, garante.

O baiano Luis Miranda, que teve orientação católica desde muito jovem, mas mantém uma relação forte com o candomblé, diz que nunca sentiu na pele discriminação por conta de sua religiosidade, mas sabe que é uma exceção. “De uma certa forma, a classe artística tem quase um laço protetor. Mas o povo de santo costuma levar olhares preconceituosos na rua. É acintoso, as pessoas se sentem no direito de humilhar, de dizer desaforo”, conta ele, que defende a tese de que crenças diferentes podem coexistir em harmonia.

A festa católica para Santo Antônio em Barra de Jacuípe, onde mora, e as celebrações para Ogum (sincretização do santo na Bahia) são um exemplo. “Era muito lindo de ver, as baianas em seus rituais religiosos e a procissão católica convivendo tão lindamente. Era respeitoso. Vejo como se estivéssemos regredindo. Essa coisa preconceituosa tem muito a ver com o avanço da bancada evangélica no congresso”, opina.

Reprodução/Instagram/antoniolm

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O ator Luis Miranda registra a festa para Santo Antônio e Ogum na Bahia

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No ar como evangélica Laís de “Babilônia”, Luisa Arraes diz que o conflito da personagem tem ajudado a contribuir para o debate, já que ela e o namorado, Rafael (Chay Suede), dão ouvidos aos argumentos um do outro, mesmo que acreditem em coisas diferentes. “Ela expõe suas questões, o Rafael escuta. Ele expõe as dele e ela escuta. Enquanto todo o resto do mundo deles, não. Eles são corajosos”, diz.

Reprodução/GShow

Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade

Em “Babilônia”, o namoro de Laís (Luisa Arraes) e Rafael (Chay Suede) já sofreu abalos pelas diferentes crenças dos dois

Para artistas, intolerância religiosa é ignorância e regressão da sociedade

A ficção, inclusive, tem aberto a percepção da atriz em relação às religiões. “Comecei a conversar mais sobre o assunto com todo mundo. Eu tive uma educação religiosa muito rala, só porque vivemos num país cristão, basicamente. Mas tive aulas de cristianismo na faculdade com uma professora que me ensinou um lado que eu não conhecia. Ela me ensinou a diferenciar o que Jesus pregava do que algumas instituições pregam. E são muitas vezes, coisas opostas. Foi com ela que eu aprendi quase tudo que sei sobre ele. A partir daí, comecei a entender um  lado muito bonito, profundo e verdadeiro dos ensinamentos cristãos, que são os que Lais defende”, conta.

A apresentadora Ana Maria Braga diz que nunca presenciou nenhum caso de discriminação, mas defende o respeito em todos os casos. “Tenho visto o que tem acontecido pelo mundo e no Brasil e acho uma ignorância total, é inconcebível. Nessa minha vida de jornalista já fui a todos os lugares, centro de candomblé, centro espírita, igreja protestante, sinagogas. Deus está em todas as religiões, é universal”, conta a loira, que se diz uma pessoa espiritualizada.

Para a atriz Letícia Persiles, que não pertence a nenhuma doutrina, mas gosta de ler e estudar sobre religiões, a possibilidade de comentar anonimamente numa rede social deixa mais evidente o discurso de ódio de certas pessoas. “Não sei se está crescendo, não tenho essa estatística. Mas historicamente temos períodos de mais intolerância e períodos de respiro. Acho que hoje temos mais espaço para as pessoas se expressarem. Ao mesmo tempo que temos mais acesso à informação, temos mais canais de divulgação. E todo mundo hoje tem como mostrar sua opinião sem precisar mostrar a cara”, acredita.

Em 2013, a cantora Paula Fernandes foi uma vítima de ataques virtuais depois de ter declarado, em uma entrevista para um programa de TV, que seguia os ensinamentos do espiritismo. Alguns evangélicos de denominação Testemunha de Jeová se revoltaram com a declaração e pediram um boicote ao trabalho da mineira. Na ocasião, ela desabafou no Twitter: “O que a bíblia prega?  Respeito ou preconceito????? Viva a liberdade de expressão!”.

Manurela Scarpa/Photo Rio News

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A “popstora” Baby do Brasil diz que já sofreu preconceito ao se tornar evangélica

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A cantora e pastora Baby, que se converteu há mais de 15 anos, diz que o “mundo está esfriando” e que estamos vivendo uma época barra pesada. “Lá fora o pessoal do talibã está arrancando a cabeça de cristãos. A intolerância está escrita no livro do Apocalipse, vamos viver várias coisas. A geração que vem aí vai precisar de muito amor”, afirma ela, que já foi de “um milhão” de religiões.
Mesmo sem abandonar em nenhum momento o discurso de “popstora”, como ela gosta de ser chamada, Baby garante que sua crença não impede que ela conviva com pessoas de outras crenças. Ao contrário: ela já esteve do outro lado da moeda. “Já sofri muita discriminação, mas perdoo 100%. E tenho vários amigos de todas as religiões. Conversamos sobre o assunto, é bom quando o outro não se irrita, porque toda área espiritual é delicada, vem sempre de um convencimento”, reconhece.
Para a atriz Carolina Kasting, a intolerância religiosa, assim  é como qualquer outra, uma ignorância. “Temos que entender que esse universo é plural. Como você pode falar que alguém tem que acreditar em alguma coisa, que tal pessoa tem que ser de determinado jeito, que não pode ter sua opção sexual. Isso não entra na minha cabeça, acho triste. Acredito que quem pensa assim esteja sendo manipulado por algum sistema, e por ter uma ideia tão fechada talvez não esteja enxergando outras possibilidades”, diz.

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