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Para criador de “Mad Men”, série é mais do que nostalgia dos anos 1960

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  • AFP

    Para criador de "Mad Men", série é mais do que nostalgia dos anos 1960

    Matthew Weiner, 3º da esq. para dir., ao lado de parte do elenco de “Mad Men”

“Dez anos atrás, quando dissemos ‘sim’ a um projeto ao qual muitos de nossos colegas haviam dito ‘não’, não sabíamos que estávamos fazendo história na nossa indústria. Sabíamos apenas que era um projeto que amávamos e que ia se encaixar bem no perfil de um canal que ainda estávamos criando. A história de ‘Mad Men’ e a história da AMC estão intimamente ligadas – e agora, intimamente ligadas com a história da televisão”. Esta foi a abertura do discurso de Charlie Collier, presidente do canal AMC, na noite de 25 de março ao apresentar, no palco do Dorothy Chandler Pavillion de Los Angeles, a equipe e o elenco de “Mad Men”. A ocasião era o Baile Vermelho e Preto (as cores do logo da série), uma grande festa black tie, com música ao vivo e menu temático dos anos 1960, celebrando a jornada triunfal da série criada por Matthew Weiner.

A decisão de encerrar “Mad Men” com uma temporada final dividida em duas partes fora tomada em 2012, quando o canal e Weiner concluíram complicadas negociações sobre valores, que haviam interrompido a série um ano antes. E foi nesse momento, também, que a Festa Vermelho e Preto foi criada. “Charlie e eu brindamos, e ele me disse: ‘encerramos a série como e quando você quer, e fazemos um grande baile à moda antiga'”, Weiner diz. “Na hora a parte sobre a festa nem registrou direito. Eu só pensava na parte sobre encerrar a série à altura.”

“`A altura”, para Weiner, não quer dizer, em suas palavras, “a obrigação de amarrar todas as tramas direitinho” ou mesmo “ter um final espetacular”. Numa conversa tranquila na manhã da festa, Weiner contou que, para ele, o essencial era “honrar os temas que estão lá desde a primeira temporada. Tudo está relacionado, tudo é uma peça só. Não existe nenhum mistério a ser resolvido.” Ele admite, contudo, que esta leva de sete últimos capítulos é marcada por “uma sensação de perda. Isso estava presente entre nós, na equipe, na sala dos roteiristas,  nos atores. Havia uma presenca maior de emoções. Não é possível colocar isso em todas as cenas mas… está lá.”

A jornada do que viria a ser “Mad Men” começou 16 anos atrás, quando Weiner, trabalhando como um dos roteiristas do sitcom “Becker”, estrelado por Ted Danson, escreveu o primeiro esboço do que viria a ser o piloto da série. Não emplacou como projeto, mas, três anos depois, lhe valeu um lugar na equipe da série “Famíla Soprano”, que estava iniciando carreira na HBO. “Era uma voz nova, uma perspectiva interessante sobre a vida na década de 1960, e um modo novo de ver os personagens sob esse prima”, David Chase, o criador e produtor executivo de Sopranos disse ao New York Times, anos depois.

Weiner trabalharia sete anos na aclamada série da HBO, sempre tentando emplacar seu próprio projeto. “Foi um ciclo bastante bíblico”, ele diz, rindo. “Sete anos para o projeto se realizasse. Quatorze anos, dois ciclos de sete anos, entre o último episódio ir ao ar e o dia em que terminei a versão final do primeiro episódio, do piloto que filmamos nos Silvercup Studios de Nova York. Foi um processo longo e muito solitário – não sei se as pessoas tem noção disso.”

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O diferencial, que tornou “Mad Men” possível, foi a entrada no mercado de outros canais seguindo o que Weiner chama de “modelo HBO: a possibilidade de ter receita sem precisar atingir uma grande massa de telespectadores. Isso explodiu os horizontes da criação e possibilitou tudo o que estamos vendo hoje, inclusive ‘Mad Men’.” Depois de vários “nãos”, inclusive da própria HBO, a AMC, que estava dando a partida em conteúdo original, disse “sim”. “A emissora estava buscando algo diferenciado, que trouxesse uma marca definida, e apostasse na qualidade acima de tudo”, disse Collier, na festa. “E encontramos tudo isso em ‘Mad Men’.”

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Olhando para a trajetória da série ao longo de mais de uma década de trabalho, Weiner se diz “satisfeito e grato”. “Tive 92 horas para me expressar, o que é um privilégio muito raro e precioso.” E ele diz que espera que a série não seja lembrada exclusivamente como “nostalgia dos anos 1960. Mad Men é e sempre foi sobre pessoas – sobre pessoas das quais nos lembramos,  ou com quem convivemos hoje, e cujos passados desconhecemos. A ideia de que cada pessoa é uma história, repleta de drama e alegria e escolhas, foi o impulso que me levou a escrever ‘Mad Men’, e é assim que eu gostaria que série fosse lembrada.”

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