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Para faturar, Hollywood apostou em retomada de franquias clássicas em 2015

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Há anos elas estão por toda parte. E, em 2015, parecem ter voltado no tempo. Sinônimos de cifras astronômicas e histórias não tão originais assim, as franquias dominaram a lista dos filmes mais vistos deste ano. Até o momento, entre as dez maiores bilheterias nos Estados Unidos, sete são continuações de sagas famosas. No Brasil, o número também chega perto: seis produções.

A diferença, agora, está no cardápio. Mesmo com elementos em comum, especialmente os grandes orçamentos, os filmes estão surgindo mais variados, retomando marcas antigas, cultuadas o bastante para garantir o retorno comercial esperado pelos estúdios. Uma alternativa ao domínio de super-heróis, animações e das recentes distopias e romances adolescentes.

O cinema está olhando para trás. Com histórias e personagens que foram sucessos em outras décadas, “007 Contra Spectre”, “Mad Max”, “Missão Impossível” e “O Exterminador do Futuro” brilharam nas bilheterias de 2015. Exceção feita a “Mad Max”, que bateu recorde geral, todas as outras produções registraram o segundo melhor desempenho de suas respectivas franquias no mundo. E “Star Wars: O Despertar da Força” ainda vem por aí, com a expectativa de quebrar o recorde de “Avatar” (2009) como a maior arrecadação da história, levando em conta os ingressos já vendidos para a estreia, no dia 17 de dezembro.

A estratégia de criar e, agora, retomar sequências de sucesso, quase sempre espetaculosas, é a tônica de Hollywood. Uma repetição que pode também ser entendida como o início do desgaste no formato —mina de ouro a ser garimpada de todas as formas e até o fim.

Divulgação

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Para faturar, Hollywood apostou em retomada de franquias clássicas em 2015

“Star Wars – O Despertar da Força”; saga marcou uma nova era de franquias no cinema

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“As franquias não se tornam sucesso por mero acaso. O estúdio, antes de iniciar uma franquia, investe muito em pesquisa para saber o que o público quer ver, quais os artistas certos para o papel, e como trazer vida a uma nova história”, diz Juliana Ribas, diretora de marketing da Universal Pictures Brasil, que este ano distribuiu os novos “Velozes e Furiosos 7” e “Minions” no país. “Mas não existe fórmula mágica de sucesso. As franquias seguem se aperfeiçoando e se aprimorando ao longo de suas trajetórias.

Nova configuração do audiovisual

Para especialistas, a retomada de franquias é um sinal dos tempos. Em uma época na qual a nostalgia passou a ser vista um como produto lucrativo, elas são necessárias para fisgar um espectador cada vez mais heterogêneo e que, entre tantas outras opções de entretenimento, pode ver um filme –muitas vezes de graça– ao simples toque em uma tela de celular ou tablete, na hora e lugar que bem entender.

Essa crise, que está fazendo Hollywood se reinventar, já fora experimentada na década de 1950 com o advento da televisão e, posteriormente, nos anos 1980, quando os videocassetes fizeram o público poder escolher qualquer filme que quisesse assistir. Hoje, o grande “inimigo” são os serviços on demand, como o popular Netflix.

“Com essa nova configuração do audiovisual, o consumo tradicional no cinema mudou. E 2015 deixou essa tendência bem clara”, diz o jornalista e crítico Pedro Butcher. “Digo que, atualmente, para você produzir o movimento tradicional do consumo de cinema, que é você sair de casa, pegar transporte e entrar em uma sala, é preciso um pequeno milagre. Hoje o cinema tem que fazer um esforço enorme para promover isso. E as franquias entram nesse contexto.”

Frazer Harrison/AFP/Getty Images

Para faturar, Hollywood apostou em retomada de franquias clássicas em 2015

O ator Harrison Ford entre os cineastas Steven Spielberg (à esq.) e George Lucas: sem eles, você provavelmente não estaria lendo esta reportagem

O lado ruim da história, afirmam os críticos, é o canibalismo do formato. Longas de médio e pequeno porte, território de cineastas autorais e mesmo de comédias românticas, são os que mais sofrem. “Esse fenômeno de continuações e franquias, voltadas ao público jovem e explorando a venda de tudo quanto é badulaque, nasceu com o George Lucas em ‘Star Wars, em 1977, e teve prosseguimento com o Steven Spielberg”, entende o crítico Sérgio Rizzo.

Para ele, os responsáveis pela popularização das continuações ainda não se deram conta disso. “O mais curioso é que os dois recentemente deram entrevistas alarmados, dizendo que o cinema estava ficando cada vez mais se parecido com a Broadway, que agora só haverá espaço para filmes de efeitos especiais de última geração. E que o ingresso vai custar caro porque as salas terão que ser muito bem aparelhadas para isso. Mas que maravilha, né? Foram exatamente eles que começaram com tudo isso.”

Próximo capítulo dessa história “Star Wars – O Despertar da Força” estreia no próximo dia 17 de dezembro. Agora dirigido por J.J. Abrams, das franquias “Missão Impossível” e “Star Trek”

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