Marcos Caruso recebe o Troféu Imprensa de melhor ator por “Páginas da Vida” (2006)
Funcionário da Globo desde 2002, Marcos Caruso teve que esperar nove anos para poder receber seu Troféu Imprensa como melhor ator pelo personagem Alex de “Páginas da Vida”. Isso porque o ator dependia de uma aprovação da emissora dos Marinhos, que só costuma liberar seu casting para premiação do SBT aos poucos. Geralmente são dois artistas por ano.
“A Globo respeita muito o prêmio, mas libera os atores aos poucos”, disse o ator, que enxerga com naturalidade a blindagem da contratante e não vê nenhum impacto em sua carreira.
“Para mim não é importante aparecer, mas ter o meu trabalho [divulgado]. A Globo já é suficiente para eu aparecer, não preciso me expor em outros lugares. Tenho uma fidelidade e respeito o contrato, não vejo problema nisso. Há emissoras que utilizam imagens de outros veículos para sobreviver. Acredito que por um lado a TV tem um caráter informativo, mas ganhar dinheiro em cima do outro não é bacana. Imagina você ficar com o ator de outra emissora durante 1 hora e 30 minutos e, nesse mesmo período, eles exibirem comerciais. É loucura isso”, opinou.
Aos 63 anos, Caruso recebeu seu primeiro prêmio como melhor ator na televisão e festejou. “É um momento muito significante, que coroa 42 anos de profissão. Ganhar o Troféu Imprensa é muito emblemático. Representa o Oscar da televisão brasileira. Aumenta minha responsabilidade como ator”, afirmou ele, que estava radiante em posar com o objeto em mãos e reencontrar Silvio Santos, seu ex-patrão.
Ator, autor e diretor
Seguindo a parceria com a diretora Amora Mautner, Caruso deve estrear na próxima novelas das nove, “Favela Chic”, de João Emmanuel Carneiro, e fará parte do núcleo cômico da trama. “É um personagem importante, será engraçado e terá uma família grande”, disse, sem revelar detalhes. As gravações começam em julho.
Para “passar o tempo”, o ator tem se dedicado ao teatro, ao cinema e à escrita. Ele está escrevendo para o Multishow o roteiro de “Trair e Coçar é só Começar”, texto que criou originalmente para o teatro e que já foi adaptado para o cinema. A partir de maio, estão previstas as estreias dos espetáculos “Selfie” com Mateus Solano e Miguel Thierre, e “Família Lyons”, com Emilio Orciollo Neto, ambos com sua direção. Além da peça “Isso não é uma Guerra”, que tem narração de Caruso.
“Se eu gostasse mais de um ou de outro ficava com uma coisa só. A televisão não é meu plano B, o teatro meu plano C e a direção o D… Tudo faz parte do meu plano A. Tudo que faço é por prazer. Graças a Deus me chamam para tudo. Criei meu leque de opções”, afirmou Marcos, que garante dormir 8 horas por dia. “Não abro mão do meu sono”.
Apesar de ser um homem multifacetado, o ator assume ter uma identificação com os palcos. “Sou um homem de teatro. Não me considero um homem de televisão, de cinema. Nasci no teatro, minha formação é do teatro e não paro de fazer teatro. Se eu fiquei quatro anos fora do palco é muito. Agora em novelas, sou meio bissexto. Entrei tarde na televisão, o cinema está acontecendo mais agora.”