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Ministro diz no “Roda Viva” que veto de Chico é “fruto de intolerância”

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  • Reprodução/TV Cultura
    Ministro diz no "Roda Viva" que veto de Chico é "fruto de intolerância"
    Ministro da Cultura Roberto Freire critica veto de Chico Buarque a música no “Roda Viva”

     

Novo ministro da Cultura, Roberto Freire criticou no “Roda Viva” desta segunda-feira (28) o veto de Chico Buarque à música “Roda Viva” como tema de abertura do programa da TV Cultura. A canção deixou de ir ao ar pela primeira vez desde fevereiro de 2008, quando o músico autorizou o uso da trilha.

“Essa postura do Chico Buarque é, evidentemente, fruto de todo um processo de crescente intolerância que precisamos parar. Até porque o ‘Roda Viva’ não entrevistou apenas Michel Temer, que é desafeto político, vamos chamá-lo, do grande artista brasileiro. Outros talvez também não fossem do seu agrado, só que o momento que o Brasil vivia não era tão relevante quanto parecia agora nesse momento”, afirmou o ministro, respondendo à pergunta do jornalista Julio Maria, de “O Estado de S. Paulo”.

“Perdemos todos, porque com atos como esse isso talvez até ajude que outros, sem a dimensão do Chico, imaginem que podem ampliar ainda mais sua intolerância. Perdemos, mas vamos continuar com a mesma pregação de que estamos abertos ao diálogo. Uma coisa é verdade, eu diria que com o Chico eu tive excelentes diálogos quando estávamos na resistência contra a ditadura, e eu não mudei na minha postura democrática”, completou Roberto Freire.

Apresentador do “Roda Viva”, Augusto Nunes explicou a mudança na abertura como uma comemoração aos 30 anos do programa: “Você notou que no início do programa tivemos uma abertura diferente. Foi essa a vinheta de estreia, em setembro de 1986, mantida até 1994. Para marcar a passagem dos 30 anos do programa, vamos recordar hoje algumas das aberturas popularizadas pelo ‘Roda Viva'”.

Chico sentiu desconforto com entrevista de Temer

A TV Cultura retirou “roda Viva” da abertura do programa homônimo após ter sido notificada por Chico Buarque, que sentiu desconforto com a participação de Michel Temer na edição do dia 14. A emissora, porém, disse que a mudança já estava prevista para comemorar os 30 anos do programa.

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“A TV Cultura, em comemoração aos 30 anos do ‘Roda Viva’, recentemente, reformulou todo o pacote gráfico e vinhetas do programa. Agora, dentre as ações já previstas de atualização da atração, passa a ter nova trilha sonora a partir desta segunda-feira (28/11)”, informou a emissora.

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A canção foi retirada da abertura do “Roda Viva” a mando de Chico Buarque. O advogado do cantor verificou que a autorização do uso da música era informal, sem documentação oficial, e enviou à Cultura uma notificação extrajudicial proibindo o uso da trilha no programa de entrevistas.

A participação de Michel Temer no “Roda Viva” causou revolta entre críticos ao presidente e deixou “desconfortável” Chico Buarque. Ele apoiou o movimento lançado nesta semana pelo site “Jornalistas Livres” contra o uso da música na atração e cogitou desautorizar o uso da música pela Cultura.

“Que ele tem um certo desconforto de ver a música dele em um programa que, nas últimas edições e já há algum tempo, é bastante diferente e desvirtuado do programa original, ele sente”, disse a assessoria de imprensa de Chico Buarque na última quinta.

Temer foi entrevistado no Palácio da Alvorada por Willian Corrêa (coordenador geral de jornalismo da Cultura), João Caminoto (diretor de jornalismo do Grupo Estado), Sérgio Dávila (editor executivo da “Folha de S.Paulo”), Eliane Cantanhêde (colunista de “O Estado de S. Paulo”) e Ricardo Noblat (colunista de “O Globo”). Na internet, surgiram memes ironizando a entrevista, que teria adotado um tom ameno com o presidente.

Chico liberou “Roda Viva” em 2008

“Roda Viva” estreou em setembro de 1986. Desde fevereiro de 2008, a trilha de abertura é a música homônima de Chico Buarque, que liberou o uso da canção a Fernando Faro, morto em abril deste ano e na época coordenador do Núcleo de Música da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.

A música, lançada em 1967, foi composta para a peça “Roda Viva”, também de Chico Buarque, atacada pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas) em julho de 1968, em São Paulo. Em seguida, o espetáculo foi censurado.

Em março deste ano, Chico desautorizou o uso de suas canções para a peça “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, após um episódio em que o diretor Claudio Botelho chamou a então presidente Dilma Rousseff de “ladra” e ouviu do público “Não vai ter golpe”.

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