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Cinema

Porta dos Fundos dá voz a animação boca suja e “progressista” de Hollywood

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Logo que clicou no trailer da animação “Festa da Salsicha” na internet, o comediante Antonio Tabet já disparou aos colegas de Porta dos Fundos uma mensagem por celular. Eles precisavam assistir aquilo. Seria o pretexto perfeito uma primeira dublagem coletiva do grupo. A sugestão foi aceita por unanimidade.

Produzido pelo ator e humorista Seth Rogen, o filme, que estreia nesta quinta (6) no Brasil, conta uma anárquica história de uma salsicha (masculina) e um pão (feminino) que dão início a uma revolução no supermercado. Tudo porque, em vez de Deuses, como religiosamente creem os produtos, os humanos, na verdade, não passam de assassinos “comedores de comida”.

A trama adulta é temperada com piadas de humor negro, cenas de violência pesada —ainda que alimentar—, piadas de dublo sentido e insinuações sexuais explícitas. Palavrões igualmente comem solto, o que ajudou a classificação indicativa a chegar a 18 anos.

“Sou o mais nerd do Porta. Entro muito em fóruns gringos de quadrinhos, animação e cinema. Quando vi o trailer, achei hilário. Senti a mesma coisa quando vi ‘Family Guy’, ‘South Park’, ‘Simpsons pela primeira vez”, diz Antonio Tabet.

“[Estar no filme] É a nossa cara e faz todo o sentido, até porque palavrão nunca foi tabu pra gente. Aqui no Brasil, infelizmente, mesmo o produto é mais adulto, as dublagens costumam ser um Deus nos acuda. Em vez de mandar o cara tomar no cu, eles mandam o cara ir pro inferno. É muito difícil.”

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Em “Festa da Salsicha”, enquanto Gregório Duvivier interpreta uma Salsicha atarracada e Fábio Porchat é um bolinho (na versão em português) afeminado e não perecível, Tabet dá voz a um velho chiclete tetraplégico. Uma mistura de Stephen Hawking com o alienígena Krang, a gosma robótica de “As Tartarugas Ninja”.

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Além da dublagem, o Porta dos Fundos também assina a adaptação do roteiro, focada principalmente na troca de nomes de produtos tipicamente americanos. “O vilão, por exemplo nem é vendido no Brasil. É tipo uma ‘chuca’ [limpador vaginal] que você compra em supermercado. Ele foi dublado como Ducha”, diz Tabet.

“Tem muita tradução que é um baita desserviço. A gente se preocupou mais em manter a autencidade do roteiro e manter as piadas. Tentamos fazer do jeito que fosse mais “errado” possível. Assim como na hora de dublar.”

Progressismo

Por trás do revolucionário enredo de supermercado, “Festa da Salsicha” traz uma contundente crítica a temas ligados ao conservadorismo americano. O fanatismo religioso, a intolerância comportamental e a sociedade de consumo são alvos fáceis do filme, que surpreendeu a Sony faturando US$ 96,8 milhões nos Estados Unidos, ante um orçamento de US$ 19 milhões.

“A mensagem que fica no final é de que a gente tem coisa melhor para fazer do que brigar por uma crença. E isso tem muito a ver com o que a gente prega no Porta. Nos nossos vídeos, gente nunca criticou as religiões da maneira como são. Criticamos o fanatismo. Batamos no pastor ‘fdp’ e charlatão, no padre pedófilo, no cara que transforma a religião em plataforma política.”

A ironia pesada da animação é a cara de quem a produziu. A turma de Seth Rogen, da qual também fazem parte o ator James Franco e o cineasta Evan Goldberg, está por trás de comédias como “Vizinhos” e o polêmico “A Entrevista”. A lei é explorar as raias do humor e do chamado “politicamente correto”. De certa forma, uma versão americana do Porta dos Fundos (ou vice-versa).

“Não gosto de fazer esse tipo de comparação, porque soa pretensioso. Esses caras são astros de Hollywood. Mas é evidente que há muitas similaridades no tipo de humor que a gente faz. Talvez tenhamos as mesmas referências. Eu gosto muito do trabalho deles e acho que se conhecessem o nosso, também iriam gostar.”

Marcos Ferreira/Brazil News

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Integrantes do Porta dos Fundos posam em pré-estreia de “Festa da Salsicha”

 

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