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Cinema

“Em sintonia com a política”, diz diretor sobre “Aquarius” fora do Oscar

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  • Leo Franco/AgNews
    "Em sintonia com a política", diz diretor sobre "Aquarius" fora do Oscar
    O cineasta Kleber Mendonça Filho e a atriz Sonia Braga durante coletiva do filme “Aquarius” em São Paulo

     

Representando “Aquarius’ no Festival de Toronto, no Canadá, o cineasta Kleber Mendonça demonstrou não estar surpreso com a exclusão de “Aquarius” na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Segundo ele, é bem possível que a escolha por “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, esteja “em total sintonia com a realidade política do Brasil”.

“Para além de decisões institucionais via Governo Brasileiro, ‘Aquarius’ tem conquistado internacionalmente um tipo raro de prestígio, e isso inclui distribuição comercial em mais de 60 países enquanto já se aproxima dos 200 mil espectadores nos cinemas brasileiros, com um tipo de impacto popular também raro”, escreveu em seu Facebook.

“‘Aquarius’ é um filme sobre o Brasil, que está no filme da maneira mais honesta possível. Talvez seja exatamente esta honestidade que tenha feito de dele um filme forte como agente cultural, social e produto da nossa indústria do entretenimento.”

A diretora Anna Muylaert, do filme “Que Horas ela Volta”, também usou as redes sociais para comentar a indicação de “Pequeno Segredo” para representar o Brasil, algo que, para ela, prejudica todo o cinema brasileiro.

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“Escolher outro filme para representar o Brasil agora —um filme que ninguém viu— não é apenas uma derrota para ‘Aquarius’, é antes de tudo uma mudança de rumo nos paradigmas de qualidade que viemos construindo todos nós juntos há anos”, desabafou.

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Para Anna, a escolha da comissão teve, sim, natureza política. “Com esta escolha de hoje, enterramos muito mais que um filme. Enterramos um paradigma de qualidade e legitimidade para o cinema brasileiro. Quando se está vivendo sob a égide de um golpe nacional, porque haveria de ser diferente com o cinema?”

Também via redes sociais, o cineasta David Schurmann, de “Pequeno Segrego”, comemorou a indicação. “Meu profundo respeito a todos os maravilhosos filmes inscritos. Tenham certeza que faremos de tudo e não economizaremos energias para representar nosso país na premiação do Oscar 2017.”

Reverência da crítica

Um dos filmes nacionais mais comentados dos últimos tempos, “Aquarius” foi um dos destaques da última edição do Festival de Cannes.

Apesar de ter saído sem prêmios da França, a produção recebeu inúmeros elogios da crítica internacional, especialmente sobre suas críticas sociais e a atuação de Sonia Braga.

Na sessão de galo do filme na França, atores e diretor viraram notícia ao protestar contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, classificando o afastamento como golpe de Estado.

No fim de agosto, a longa foi motivo de outra polêmica ao receber do Ministério da Justiça classificação indicativa para maiores de 18 anos, posteriormente reduzida para 16.

“Aquarius” foi financiado através da Lei do Audiovisual —que autoriza projetos a captarem recursos junto à iniciativa privada, que em contrapartida pode descontar parte desse patrocínio do imposto de renda devido—, que autorizou a produção a captar R$ 2,9 milhões, e por meio de editais como o do BNDES, pelo qual recebeu R$ 1 milhão.

Redes sociais criticam escolha

Nas redes sociais, a maioria dos internautas concordou com as críticas feitas por Anna Muylaert sobre a não indicação de “Aquarius”, relacionando-a um possível boicote.

eu tô a ponto de escrever textão no facebook sobre Aquarius não ter sido o escolhido do Brasil para o Oscar de tanta raiva que eu tô!!

— Bruno comendo (@BrunoSilvano) 12 de setembro de 2016

Aquarius é um filme magnífico mas conhecendo o critério de interesse do Oscar eu entendo que a comissão tenha preferido

outro

— República Chincana (@alca666) 12 de setembro de 2016

AQUARIUS não concorrer ao Oscar demonstra a tendência à MARMELADA desse Governo Temporário.

É vergonhoso e REVOLTANTE!

— Paralympikus Keller (@TerenceKeller) 12 de setembro de 2016

Mas vamos combinar q Aquarius só ficou de fora pq o governo escolheu.. retaliação em cima de

payback

— Adriana Cruxen (@DriCruxen) 12 de setembro de 2016

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