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Cinema

Sessão de gala de “Aquarius” em Cannes tem protesto no tapete vermelho

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  • Reprodução/Instagram

    Festival de Cannes 2016Ator Humberto Carrão, que está no elenco de “Aquarius”, faz protesto contra impeachment no Brasil durante o Festival de Cannes

A sessão de gala de “Aquarius”, filme brasileiro que concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2016, foi marcado nesta terça-feira (17) por protestos contra o governo interino de Michel Temer.

Ao chegar ao topo da escadaria que leva ao Palácio dos Festivais, o diretor Kléber Mendonça Filho, os atores Humberto Carrão e Maeve Jinkings e outros integrantes da equipe mostraram cartazes com frases em inglês com dizeres como “Um golpe está acontecendo no Brasil”. “54 milhões de votos foram queimados” e “Dilma, vamos resistir com você”.

Ainda no topo das escadas, Thierry Fremaux, diretor do festival, pediu que a equipe do evento filmasse os cartazes.

Durante a passagem pelo tapete vermelho, convidados e outros membros da equipe portavam cartazes com os dizeres “We will resist” (nós resistiremos), “The people can’t accept an illegitimate government” (o povo não pode aceitar um governo ilegítimo), e “Brazil is not a democracy anymore” (Brasil não é mais uma democracia). Depois da entrada na sala de exibição, os convidados do filme também estenderam uma faixa com a frase “Stop the coup in Brazil” (parem o golpe no Brasil).

Na sala de imprensa do festival, jornalistas que acompanhavam o evento por um telão aplaudiram em apoio.

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“Aquarius”, dirigido por Kléber Mendonça Filho (“O Som ao Redor”), é protagonizado por Sonia Braga como uma crítica de música aposentada que trava uma disputa contra um empresário que quer demolir seu prédio, último de seu estilo em Boa Viagem, no Recife, para construir um novo empreendimento.

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Artistas protestam

Mais cedo, o cineasta e a atriz já haviam falado sobre o assunto à agência AFP. “O que está acontecendo é um golpe de Estado”, disse o diretor.

“Eu moro nos Estados Unidos, mas também no Brasil, tenho família e amigos lá e penso que o que está acontecendo, a manipulação da tomada do poder, tem que ser exposto ao mundo inteiro”, afirmou a atriz, que passa a maior parte do ano em Nova York. “Uma das coisas que mais me preocupa é como o Brasil está dividido. Nunca havia visto o meu país tão dividido”, disse.

Em entrevista ao UOL, a atriz Maeve Jinkings, que vive a filha de Sonia no filme, também juntou-se ao grupo expressivo de atores, diretores e produtores que protestam, dentro e fora do festival, contra a nova situação, especialmente a fusão do Ministério da Cultura com o da Educação.

“É um paradoxo tão grande estar em Cannes representando o cinema nacional nesse momento”, afirma. “Existe um trabalho colossal por trás dessa seleção do filme em Cannes. O cinema só está produzindo uma média de 130 longas por ano porque tivemos leis de incentivo”, defende. “Na última vez em que sofremos um grande baque, na era Collor, produzimos um ou dois filmes por ano apenas. Não podemos nunca voltar a isso”.

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