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Cinema reformado por Quentin Tarantino preserva nostalgia de Hollywood

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  • Reprodução/Facebook

    Cinema reformado por Quentin Tarantino preserva nostalgia de HollywoodFachada do New Beverly Cinema, em Los Angeles, que tem Quentin Tarantino como proprietário

Sessões de “revival” não são incomuns em Los Angeles durante todo o ano. Diversos cinemas famosos da cidade promovem exibições de filmes clássicos, muitas vezes com a presença do elenco e do diretor. São casas como o New Beverly Cinema, o The Silent Theater, que abriga os eventos da organização Cinefamily, e o Egyptian Theater, no coração de Hollywood.

Mas a marquise do Beverly esconde uma história um pouco mais folclórica por contar com um proprietário ilustre: ninguém menos que Quentin Tarantino, diretor de “Pulp Fiction – Tempo de Violência” e “Django Livre”.

Situado em uma área tradicional de Los Angeles, com casas construídas na década de 1920, o New Beverly começou como casa de shows e virou boate de strip-tease nos anos 1970, quando foi comprado pelo empresário Sherman Torgan. Após uma reforma, o lugar se tornou o cinema de não mais de 300 lugares que existe até hoje, oferecendo programas duplos de filmes modernos e clássicos, com preços abaixo dos praticados pelas grandes salas.

A abertura em 1978 foi com duas reprises estreladas por Marlon Brando: “Um Bonde Chamado Desejo” e “O Último Tango em Paris”. Com a programação saudosista, mas sofisticada, o lugar chamou a atenção até de astros de Hollywood, que passaram a frequentar algumas das sessões.

O esquema funcionou bem até 2007, quando Torgan morreu e seus herdeiros ameaçaram fechar o lugar –devido à localização nobre, os donos do imóvel receberam ofertas para transformar o prédio em lojas comerciais, incluindo uma barbearia.

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Foi então que Tarantino surgiu para salvar o cinema, comprando o imóvel e bancando parte das despesas. O filho de Sherman, Michael, tornou-se o novo gerente do lugar e continuou com o esquema de sessões duplas a preços baixos, dando ênfase também para os eventos especiais com convidados ilustres.

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Em 2014, as coisas mudaram novamente para o Beverly. Tarantino assumiu o controle total do pequeno cinema de rua e promoveu uma grande reforma: as cadeiras quebradas de madeira foram substituídas por assentos modernos com porta-copos, a tela surrada e manchada foi trocada por uma novinha em folha e o projetor digital (hoje padrão da indústria), que dividia espaço com o antigo de película, foi removido.

O diretor é conhecido como um dos grandes defensores da película frente ao digital e assumiu o compromisso de apenas exibir filmes em 16mm ou 35mm, muitos deles de sua própria coleção pessoal, para uma experiência mais autêntica –no caso, há o risco de encontrar cópias com arranhões, pulos no som e até trechos faltando, defeitos típicos da mídia analógica. Mas alguns frequentadores afirmam que os problemas realçam o valor nostálgico de certos filmes, enquanto outros apontam que as condições de algumas cópias às vezes as tornam inassistíveis. Uma verdadeira caixinha de surpresas.

Realmente, assistir a um filme (ou dois) no Beverly é uma viagem ao passado. Da bilheteria de apenas uma janela aos banheiros minúsculos. Antes das exibições, há sempre trailers antigos, curtas metragens ou mesmo trechos avulsos de filmes que o programador ilustre acha que têm a ver com o programa principal.

Nunca realmente se sabe o que vai encontrar além dos longas anunciados na marquise, e as surpresas podem incluir a presença do próprio Tarantino. O atendente da bomboniere garante que o diretor volta e meia aparece e faz questão de atender aos fãs, mas ainda não foi possível comprovar.

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